13.5.07

Olé, olé



O jogo, acabado há escassos minutos no estádio onde joga o Olivais e Moscavide, termina com 2-1 a favor de Leixões. Resultado que permite o acesso, mais do que merecido, à I Liga, 18 anos depois.

Já se ouvem os festejos nas ruas de Matosinhos e a cidade adormecerá, certamente, tarde.

Olé.

P.S. As fotos seguem em breve!

12.5.07

Leituras - ii

Voltei a ter à mesa-de-cabeceira [na realidade está na secretária, no meio de livros e papéis enfadonhos, mas essa imagem seria bem mais prosaica!], o livro Pensar, de Vergílio Ferreira. Para as leituras de meia-noite [ou do meio da noite, quando o sono não vem...].

Fragmentos de pensares dividos e numerados [ao todo, são 677]. Desta vez, fiquei pelo n.º 106, que aqui partilho:

"Trabalhar um livro até à minúcia de uma palavra. E depois um leitor engolir tudo à pressa para saber «de que trata». Vale a pena requintar um vinho para se beber como o carrascão?"

Frase que, metaforicamente, se pode aplicar a tantos contextos!!

10.5.07

Rural or Urban

Depois do youtube me ter trocado as voltas com a publicação do videoclip do José Cid (uns bons dias depois) aqui ficam as imagens de um concurso absolutamente hilariante... Isto sim - é um tesourinho deprimente!!!

8.5.07

Imagem do dia - VIII


Quando, da janela, se ouvem os cânticos calorosos dos estudantes e se recorda o último cortejo e todas as peripécias que o caracterizaram...

6.5.07

É um artista português - ii

A saga começou já há cerca de um ano neste post.

Quando toda a cidade do Porto se mobilizou para mais um início da Queima das Fitas, centenas de pessoas assistiam, no esgotadissímo Cinema Batalha [renovado mas com uma acústica que deixa muito a desejar], a um concerto de José Cid.

Aquele que, em relação a si próprio, diz: "Se o Rui Veloso é o pai do rock português, eu sou a mãe"... O que é certo é que mobiliza uma legião de fãs que se diverte com ele e que canta em uníssono clássicos como "A cabana junto à praia", "Vinte anos", "Ontem, hoje e amanhã", "Um grande, grande amor", "Cai neve em Nova Iorque" (adaptada, no refrão, para "faz-me falta o PORTO, para me sentir feliz") ou a inconfundível, e que rendeu a assistência, "Como o macaco gosta de banana"...

Faltou aquela que é, muito provavelmente, a melhor letra do verdadeiro artista - "A pouco e pouco", com estes versos hilariantes:

São 7 e meia, amor
Tens de ir trabalhar

Acordas-me com um beijo
E um sorriso no olhar
E levantas-me da cama
Depois tiras-me o pijama
Faço a barba
E dá na rádio
O Zé Cid a cantar

Apanho o Autocarro
Vou a pensar em ti
Levas os miúdos
Ao jardim infantil

Chego à repartição
Dou um beijo no escrivão
E nem toco a secretária
Que é tão boa!

(Refrão)
A pouco e pouco se constrói um grande amor
De coisas tão pequenas e banais
Basta um sorriso
Um simples olhar
Um modo de amar a dois (bis)

Às 5 e meia em ponto
Telefonas-me a dizer:

Não sei viver sem ti amor
Não sei o que fazer

Faz-me favas com chouriço
O meu prato favorito
Quando chego para jantar
Quase nem acredito!

Vestiste-te de branco
Uma flor nos cabelos
Os miúdos na cama
E acendeste a fogueira
Vou ficar a vida inteira
A viver dessa maneira

Eu e tu e tu e eu e tu e eu e tu

Refrão


(Letra e música José Cid, 1979).

Sabe-se lá porquê que chega à repartição e dá um beijo ao escrivão, porque motivo ouve "Zé Cid" na rádio (referido na própria letra de José Cid - isto sim é publicidade inteligente!) ou pede "favas com chouriço" para jantar...

Não se limita a cantar. Frisa que:
- tem "50 anos de carreira",
- tem "65 anos",
- "na minha juventude, quando não era tão giro como agora"
- "o Elton John pede roupa emprestada à rainha de Inglaterra e toda a gente sabe que ela é uma pirosa" e ainda [a melhor da noite],
- "eu sou melhor que o Julio Iglesias. Eu ponho um disco à frente, a ele bastava uma caneta"...

É por estas e por outras que continua a esgotar todas as salas por onde passa e que garante 2 horas de pura diversão! A repetir, sem dúvida...

3.5.07

Hit's



Você é "Take On Me" dos A-Ha (1985): O seu lema é o de nunca perder a sua pose sempre muito cool. Gosta de impor respeito naqueles que o rodeiam e é capaz daqueles olhares que congelam (no bom ou no mau sentido) o seu alvo. De espírito prático mas por vezes demasiado durão.

Um teste muito divertido. Com referências às míticas gorila, às bombocas, aos discos de vinil, à revista Bravo e ao Spectrum.

E descansem aqueles que se intrigaram com a última foto, que o post já não é o primeiro que aparece!

30.4.07

Lagartos...

Lagarto difícil de dominar... Para a próxima não dá para nos fazerem o jeitinho, não? É que nós queríamos mesmo erguer uma taça este ano!

29.4.07

O spray e a arte


Mais uma vez, o Museu de Serralves volta a apostar na cor.

Saliento, desta feita, a originalidade da alemã Katharina Grosse, com a criação intitulada "Atoms outside eggs" que aproveita um jogo de cores fortes e surpreedentes com réplicas de átomos gigantes. Quer alojados no solo quer imaginados nas paredes.




Para ver, no Museu de Serralves, até ao próximo dia 1/7.

28.4.07

Rotinas


Numa análise mais atenta dos rotineiros de Sábado de manhã conclui-se que a rotina deve trazer alguma tranquilidade. Todos os Sábados são os mesmos que escolhem aquele café para tomar o pequeno almoço. Um café que, em si, não é extraordinário. A decoração é a mesma há anos.

O empregado é sempre o mesmo.

Assim como os clientes.

Tomam o mesmo pequeno almoço todos os Sábados.

Sentam-se nas mesmas mesas. Os mesmos sentados nas mesas à entrada. Os mesmos sentados nas mesas do canto.

Lêem os mesmos jornais.

Até o empregado diz as mesmas piadas: "Já que vai ser ela a pagar, não quer escolher mais nada?". Sorri da sua própria piada.

Aos mesmos clientes, quase nem pergunta qual vai ser o pequeno almoço. Apenas confirma: "O costume?" "Sim, o costume", ouve como resposta.

Está lá o casal que leva o bébé. Nem sempre chora. Mas quando chora provoca os mesmos comentários e sorrisos.

Há sempre alguém que fala ao telemóvel com a mão à frente da boca [como se estivesse a conspirar algo inenarrável].

Será que a ausência num dos Sábados ou a escolha de uma outra mesa ou de um outro pequeno almoço consistiria numa ousadia que afectaria o curso da semana?

[Divagações escritas à mesa de café...]

25.4.07

Imagens do dia - VII


[A rotunda coberta de cravos]



[Praça Cidade S. Salvador, que a população baptiza como "A Rotunda da Anémona", escultura de Janet Echelman]


23.4.07

Uma cidade em Jazz



O Festival Internacional de Jazz de Matosinhos comemorou, este ano, a sua 11ª edição e, pela sessão de encerramento (no passado Sábado, na Exponor), é caso para dizer que o público continua a aderir a este género musical, sendo a qualidade dos artistas inegável.

A primeira parte foi entregue ao Mário Franco Quinteto, com o saxofonista David Binney. Cumpriu a função de aquecer a plateia mas não arrancou grandes manifestações de apreço. Saliento, apesar de tudo, a excelente performance do guitarrista.

A segunda parte foi a cereja em cima do bolo. Benny Golson, com uns poderosos 78 anos, na companhia do seu fantástico saxofone, vai interagindo com o público, pedindo aplausos frequentes para os músicos que o acompanhavam (Benny Green Trio) e justificando a origem das canções, em especial a divertida "Along Came Betty".




Uma especial palavra é devida, inevitavelmente, para Benny Green. Um pianista exímio que conseguiria, só por si, fazer todo o espectáculo. A qualificação que lhe é dada, como pianista de jazz "hard pop" assenta-lhe como uma luva. Forte e consistente.

É impressionante a sua capacidade de tocar de lado para o piano [como a foto documenta], deixando transparecer que aquilo que faz é o mais natural possível que até lhe permite apreciar a actuação como se fosse um mero espectador, ao mesmo tempo que ausculta a reacção da assistência.

Divertido e genial.

Agora só para o ano. Na mesma cidade, claro.

19.4.07

300



Arrastada para um filme que não queria ir ver, atendendo ao género em que se inseria, posso concluir que me supreendeu.

Realizado por Zack Snyder e apresentando um - modificado - Rodrigo Santoro, na pele do autoritário Xerxes, o filme, que pretende retratar a Batalha de Termópilas vale pela fotografia e pelos efeitos visuais e não tanto pelo argumento ou pela qualidade da representação dos actores.

O tom "sépia" que serve de cenário à maior parte do enredo torna-o num filme algo surreal ou onírico e aí reside a sua originalidade. O mesmo se refira em relação a outros efeitos visuais e sonoros (a banda sonora é consistente), comprovando que as novas tecnologias emprestam uma mais-valia inegável à sétima arte.

O argumento não oferece nada de novo - a luta de poucos pela liberdade contra a opressão de um persa que pretende a subjugação do povo espartano. Ou, ainda, o orgulho de se "morrer em combate".

Apesar da "aparente" pobreza do argumento, julgo que o realizador não terá tido sequer a intenção de imprimir riqueza aos diálogos. Basta-se - o que já é muito - com um filme bem concebido, estruturado, em género de BD, com movimentos de combate visualmente ricos.

A controvérsia que o filme levantou, relacionada, sobretudo, com a censura do Irão devido à imagem que perpassa dos persas, pode suscitar um interesse acrescido para o seu visionamento.

Saldo final: 4 estrelas.

18.4.07

Do outro lado do Atlântico

Pensava eu que nada conseguia bater - em eloquência - os provérbios portugueses. Vejam lá o meu TOP 5 dos provérbios e ditados brasileiros (alguns deles podem ter sido inspirados nos ditados portugueses) que comprovam que, do outro lado do atlântico, o povo é, sem dúvida, eloquente:

1 - Sinal na perna mulher de taberna.
2 - Quem vê arder a barba do vizinho, põe a sua de molho.
3 - Quando a barriga está cheia, toda goiaba tem bicho.
4 - Deixa estar, jacaré, que a lagoa há de secar.
5 - Quem à semana bem parece, ao domingo aborrece.

15.4.07

The Diary of Jane (Breaking Benjamin)

O grupo tem a sua formação em 1998 e as raízes - óbvias - da sua sonoridade encontram-se no grunge. Ainda que em Portugal não tenham atingido os tops de vendas - não são músicas que agradem a qualquer um - conseguiram, pelo menos, o meu reconhecimento com o primeiro single (The Diary of Jane) do último álbum (Phobia).
Aqui fica o tema, que muito poderia ser a banda sonora deste espaço.

Something's getting in the way
Something's just about to break
I will try to find my place in the diary of Jane
So tell me how it should be

13.4.07

Miudezas e pequenas coisas



São poucos os livros que reli. Ontem - impulsionada por uma conversa "de trivialidades pouco comuns" - fui atirada, novamente, para um livro com que me deliciei há uns bons anos atrás.

"O Deus das Pequenas Coisas", de Arundhati Roy. A 1ª Edição do livro em Portugal é de Maio de 1998. O meu tem, escrito numa caligrafia que já não é a minha, "8/1999". Quase 8 anos [como o tempo corre como um cavalo sem freios...].

O esfolhear repetido conduziu à descoberta de passagens que ainda guardava - ainda que nebulosamente - na minha memória e que aqui partilho.

"Segundo Estha, se tivessem nascido no autocarro poderiam ter usufruído de viagens de autocarro gratuitas durante o resto da vida [...] durante anos a fio os gémeos guardavam um leve ressentimento contra os pais por estes os terem deserdado de uma vida inteira de viagens de autocarro gratuitas.
Também acreditavam que, se fossem atropelados numa passadeira, o Governo pagaria os seus funerais. Tinham a certeza de que era para isso que as passadeiras existiam. Funerais pagos." (pág. 15).

"Quem era?
Quem poderia ter sido?
O Deus da Perda.
O Deus das Pequenas Coisas.
O Deus da Pele-de-Galinha e dos Sorrisos Súbitos.
Só poderia fazer uma coisa de cada vez.
Se a tocava, não lhe podia falar. Se a amava não podia partir, se falava não podia escutar, se lutava não podia ganhar." (pág. 293)




Deixo, então, o convite à reflexão quanto às Pequenas Coisas (seja a Pele-de-Galinha ou os Sorrisos Súbitos ou, acrescentaria eu, o Olhar Devolvido ou um Telefonema Demorado), que são, muito frequentemente, olvidadas.

10.4.07

Réplica quase perfeita

O original - "Coquelicots à Argenteuil" (Claude Monet, 1873). Óleo sobre tela.
Impressionismo.



A réplica - @ Marco de Canavezes (2007). Fotografia.
Impressionante.

7.4.07

Comédia e pipocas

A comédia - enquanto género de cinema - não costuma ser premiada e é, segundo as opiniões dos críticos, um cinema menor. Como se a arte de fazer rir fosse, em si, considerada menos inteligente e menos criativa.

Não tem de ser necessariamente assim. E a comprová-lo está, por exemplo, uma das melhores comédias dos últimos tempos - a que já me referi aqui, por diversas vezes - "Uma família à beira de um ataque de nervos". Uma comédia [com algum humor negro, devo reconhecê-lo] cujo argumento nos acompanha mais do que o tempo de visionamento do filme.

A comédia de pipocas não atrai os críticos mas atrai as massas. Pelo riso momentâneo, pelos momentos de descontracção, pelo acompanhamento de pipocas.

Atendendo à oferta pouco interessante - depois de um início de ano extremamente rico - de filmes actualmente, fui atirada [com o espírito de sacrifício que caracteriza a época...] para duas comédias, de registo diferente entre si, mas que são, para mim, comédia-pipocas.


1) Mr Bean em férias

Garante-nos o próprio Rowan Atkinson que será a última vez que representa a personagem solitária de Mr Bean.

Após mais de 20 anos de série televisiva, e dois filmes, a actor despe(de)-se da personagem.

Para quem gosta da série, vai, naturalmente, divertir-se com o filme. Eu, confesso, que não me seduz o género. A personagem a quem tudo de ridículo acontece, até o mais inconcebível. Não gosto do Mr Bean assim como não gosto dos "apanhados". É talvez daqueles "não gosto e pronto". Sem explicações lógicas.

Neste filme, Mr Bean ganha uma viagem à Riviera Francesa e as peripécias sucedem-se umas atrás das outras. Chegado a Cannes, salva-se o filme e chega a surpreender. Gosto de finais assim.


2) Norbit

Eddie Murphy regressa - uma vez mais - ao género de comédia em que encarna várias personagens num só filme. Ele é Norbit, ele é Rasputia, ele é Mr. Wong.

O primeiro vive na sombra da sua mulher [de peso]. A segunda é a mulher [dominadora] do primeiro. E o terceiro é o proprietário de um restaurante que acolhera Norbit, orfão. Todos eles interpretados por Eddie Murphy e cuja caracterização é de louvar.

Mas a fórmula já não é nova. O actor já a tinha utilizado [melhor] em "The Nutty Professor", daí que aqui não haja grande criatividade.

Diverte, ao sabor das pipocas e das gargalhadas da sala.

Leva, cada um, 3 estrelas. Cumprem a função de divertirem o espectador durante a exibição. Mas pouco mais. E, para mim, um bom filme requer [muito] mais do que isso.

4.4.07

Começar o dia

A melhor maneira de começar o dia (principalmente numa semana em que quase todos estão de férias):

1. Desafiar o despertador.

2. Arranjar um lugar para estacionar meio manhoso (sabe-se lá como e se encontrarei o carro no final do dia...).

3. Tentar sair do sítio meio manhoso sem partir os tacões (nem sempre é fácil).

4. Chegar atrasada ao escritório.

5. Chegar ao elevador e verificar um papel colado na porta do mesmo:

"Equipamento em revisão. Lamentamos o incómodo."

Lamentam, é? Importam-se de repetir?


6. Subir vários (muitos!) lances de escadas.

7. Chegar estourada.

8. Pensar - já não tenho idade para me deitar tarde, dormir pouco, estacionar em sítios manhosos, subir escadas e ficar a sorrir para o resto do dia!

2.4.07

À mesa


"A boa etiqueta estraga a boa mesa".

30.3.07

Os Passos das Palavras

[A coreografia para Mosquito, de Rui Reininho]

Ainda que o público não fosse em número suficiente para encher o Salão Nobre da Ordem dos Médicos, o grupo não se sentiu desmotivado.

O Move'In Mento (Núcleo de Dança Contemporânea de Espinho) subiu ao palco para dar movimento e voz às letras de músicas, proferidas, em voz firme e pausada [de Mr. Sherlock], como se de poemas se tratassem, sem a rede da música.

A coreografia oscila entre a sensualidade, os movimentos cómicos, o ritmo e os efeitos visuais. De vez em quando, por trás do pano da dança contemporânea, vislumbra-se o ballet clássico.

Com o mote "... e se as palavras tivessem pernas?", dançam-se e declamam-se textos de Rui Reininho, Pedro Abrunhosa, Jorge Palma ou Carlos Tê, entre outros.

Um espectáculo original, bem conseguido e que confirma a qualidade dos elementos que compõem o núcleo. Só se lamenta a curta duração... Ficou, inequivocamente, a vontade de ler mais músicas e de observar os movimentos (os passos) das palavras!


Em jeito de recuerdo, ficam os excertos dos textos daqueles que foram, para mim, os momentos mais altos do espectáculo:





A rapariguinha do shopping
Bem vestida e petulante
Desce pela escada rolante
Com uma revista de bordados
Com um olhar rutilante
E os sovacos perfumados
Quando está ao balcão
muito distante e reservada.

Nos lábios um bom baton
Sempre muito bem penteada
Cheia de rímel e crayon
E nas unhas um bom verniz

Vai abanando a anca distraída
Ao ritmo disco dos bee gees.

(A rapariguinha do shopping, Carlos Tê)


Quero que saibas
Que sem ti não há lua,
Nem as árvores crescem,
Ou as mãos amanhecem
Entre as sombras da rua.

Leva os meus braços,
Esconde-te em mim,
Que a dor do silêncio
Contigo eu venço
Num beijo assim.

(Beijo, Pedro Abrunhosa)


Mesmo assim, porque te prendes?
Foge de mim, não entendes?
Eu nasci para ser gaivota.

(Segredos, Kátia Guerreiro)

27.3.07

Ali nasceu Portugal?


O repto é lançado, como muitos outros, por e-mail. A convocatória poderia parecer, no mínimo, e à primeira leitura, estranha:

"embarcar nesta noitada tipicamente portuguesa (andar km’s para comer num restaurante típico, com um nome parolo, um dono parolo, empregados parolos que nos dão limão para enganar os polícias nas operações stop, fadunchos… Festa no século XIX, uma discoteca muito fixe, com um nome parolo, um dono que não é parolo, mas com uma clientela um tanto ou quanto parola – varia consoante os resultados do clube local)." - contributo [eloquente] do R. na angariação de convivas!

Guimarães é uma cidade, quanto a mim, que convida a uma visita. A várias visitas. Já lá vão alguns anos desde a data em que me apercebi do verdadeiro encanto do centro histórico. Escolhido para celebrar um aniversário, ainda no início da minha juventude...

Em 2001, foi atribuído pela UNESCO a classificação, ao Centro Histórico de Guimarães, de Património Cultural da Humanidade.


Esta fugaz visita ao Restaurante Pirâmide do Egipto [confirma-se que o nome é, efectivamente, parolo] permitiu medir o pulso ao fado tocado e cantado numa pequena localidade nas redondezas de Guimarães, com direito a dedicatória especial "para a mesa da juventude ali do canto".



A decoração é, toda ela, digna de registo desde as fotografias colocadas nas várias salas em que aparece o dono e figuras mais ou menos conhecidas da praça até às guitarras penduradas nas paredes, passando por objectos clubísticos.



Ainda tem a cidade [o que muito nos divertiu] alguns focos do "aqui nasceu o Portugal autêntico". Desde as operações stop serem acompanhadas de caçadeira à tentativa [frustrada] de um local tirar o seu Jaguar de cima do jardim, enquanto se ouve a vox populi "se tivesses um fiat uno, pegava-se o carro em mãos e ele já estava cá fora".

Uma noite com Portugal no seu absoluto melhor!

25.3.07

MSN e a criatividade











Olhando para as frases que adolescentes entre os 14 e os 18 anos têm no MSN retiram-se algumas conclusões e a diversão é, absolutamente, garantida.

Vejam:

1) Os românticos / pieguinhas:

- Juro q te adoro !=D (A minha dupla adora-me)
- Adoro-te FMMG
- Gosto muito de si menina Andreia. És especial.
[A menina Andreia agradece a gentileza do senhor com essa declaração e retribui, sentidamente]
- Olhinhos meiguinhos. Amo-te mais do q tudo ursinho.
- É impossível ser feliz sozinho... Mas k linda troka de olhares k nos tivemos... tens um sorriso, hmmmm, amei. [hmmmm? Se calhar devia estar na categoria dos gulosos, não?]
- Akele mininu é msm lindu. [o mininu lindu tb axa k a minina é msm linda]
- 17:54 ela disse 'adoro-te' pela 1ª vez. [E tiveste tempo de olhar para o relógio? Isso é obra!]
- Quero ser a solução para os teus problemas.
- A minha vontade d te amar é grande mas a distância n deixa.
- Só tu sabes ouvir o meu silêncio e compreender o que não digo. Adoro-te.
[Será que ele é vidente?]
- Because I can see us holding hands, walking on the beach, our toes in the sand.
- Tou mesmo apanhadinha pelu porta-chavx.
[Pelo porta-chavx? Isso é grave! Caso clínico...]

2) Os poetas

- A vida não é um sonho.
- Gosto de fechar os olhos, fugir do tempo, de me perder.
- Vamos jogar essa mão para cima que a vida é muito boa.
[Parece um verso de uma música brasileira. Será que me engano?]
- Podemos imaginar tudo do que nada sabemos.
- Há coisas que não têm justificação.
[É uma boa resposta para uma pergunta de um teste. Não sei porque não tem justificação...]
- A vida tem dois dias por isso faz directa. [Esta é eloquente. Temos poeta!]
- Para entender o significado de uma lágrima precisamos aprender a entender o significado de um momento.
- A saudade é a maior prova de que o passado valeu a pena.


3) Os carentes / gulosos

- ... a precisar de chocolate, amor e muito carinho.
- Chocolate.
[Como te percebo... E morangos, não?]
- I gotta find peace of mind.
- Adicionem, mas só os que gostam d mim, ta?
- Chegou a Páscoa. Ke maravilha só amêndoas.
[Amêndoas de chocolate, pode ser?]
- With champagne living my life.
- Perdi os números todos. Mandem msg.
- Bless me so that they can't curse me!
[Curse you?]

4) Os comerciantes

- Tenho DTR para vender. Tudo legal. [É bom que esclareças se está tudo legal. Será que também é brasileiro?]
- Vendo prancha de surf marca semente, tamanho 6'9, com deck e quilhas FCS.

5) Indecisos e inclassificáveis

- Vida confusa.
- Como é que diz o Timon? O mundo é meu!
- Já abro 70% dos olhos!
- Deus quer o homem sonha e como tal a Obra nasce. Há conquista de Portugal!
[Há conquista de Portugal... Não se pode ser conhecedor de Português em toda a linha. Já basta ter decorado um verso de Fernando Pessoa!]
- Afro é do melhor.


Devido à mudança da hora, a inspiração não chegou para comentar todas as frases. Mas há algumas que falam por si...


P.S. Agradecimento aos contactos do MSN do irmão mais novo!

23.3.07

Frases que ficam


A American Filme Institute apresentou, já há alguns meses, as 100 melhores frases do cinema. Ao lê-las, muitas delas me fizeram sorrir e relembrar determinado filme.


A que ficou em primeiro lugar foi retirada de "E tudo o vento levou" - "Frankly, my dear, I don't give a damn", no já longínquo ano de 1939. Frase com propriedades catárticas, acreditem!


Aqui ficam as que mais gostei e retiradas do TOP 100:



- May the force be with you (Starwars - 1977) - 8º lugar;



- You talking to me (Taxidriver - 1976) - 10º lugar;








- E.T. phone home (ET - 1982) - 15º lugar;




- Bond. James Bond (Dr. No - 1962) - 22º lugar;





- I'll have what she's having (When Harry met Sally - 1989) - 33º lugar [é das minhas preferidas!];




- I'll be back (Terminator - 1984) - 37º lugar;


- Mama always said life was like a box of chocolates. You never know what you're gonna get (Forrest Gump - 1994) - 40º lugar;


- We'll always have Paris (Casablanca - 1942) - 43º lugar;


- Houston, we have a problem (Apollo 13 - 1995) - 50º lugar;


- Hasta la vista, baby (Terminator 2 - 1991) - 76º lugar;


- My precious (Lord of the Rings 2 - 2002) - 85º lugar;


- Carpe diem. Seize the day, boys. Make your lives extraordinary (Dead poets society - 1989) - 95º lugar


- I'm king of the world! (Titanic - 1997) - 100º lugar.



Quem quiser, pode consultar a lista completa.




Bom fim de semana!

21.3.07

Dia D

Hoje é dia Da ÁRVORE


Do início da PRIMAVERA


Da POESIA




DA ÁRVORE


As árvores crescem sós. E a sós florescem.

Começam por ser nada. Pouco a pouco
se levantam do chão, se alteiam palmo a palmo.

Crescendo deitam ramos, e os ramos outros ramos,
e deles nascem folhas, e as folhas multiplicam-se.

Depois, por entre as folhas, vão-se esboçando as flores,
e então crescem as flores, e as flores produzem frutos,
e os frutos dão sementes,
e as sementes preparam novas árvores.

E tudo sempre a sós, a sós consigo mesmas.
Sem verem, sem ouvirem, sem falarem.
Sós.
De dia e de noite.
Sempre sós.

Os animais são outra coisa.
Contactam-se, penetram-se, trespassam-se,
fazem amor e ódio, e vão à vida
como se nada fosse.

As árvores, não.
Solitárias, as árvores,
exauram terra e sol silenciosamente.
Não pensam, não suspiram, não se queixam.
Estendem os braços como se implorassem;
com o vento soltam ais como se suspirassem;
e gemem, mas a queixa não é sua.

Sós, sempre sós.
Nas planícies, nos montes, nas florestas,
A crescer e a florir sem consciência.

Virtude vegetal viver a sós
E entretanto dar flores.



[Poema das Árvores, António Gedeão]




DA PRIMAVERA

A estação do ano que deixa para trás o deprimente Inverno e que torna os dias, ao que se espera, mais luminosos, quentes e divertidos.





DA POESIA


"O poema não é feito dessas letras que eu espeto como pregos, mas do branco que fica no papel", Paul Claudel

P.S. É também o Dia Mundial do Sono e o Dia Universal do Teatro. Não se conseguia arranjar mais nada??

19.3.07

Sin sin sin - ii


Gula.



O pecado mortal com sabor a morango e chocolate. Irresistível!

P.S. Pecado cometido, repetidamente, este fim de semana. Acho que não tem perdão!

Cartas fora do baralho




Trunfos?
Um tinha umas sobrancelhas hirsutas em jeito de arbusto mal cuidado, espetadas como urze; punho erguido em sonantes gritos militantes; postura distante; e uma pochete debaixo do braço.

O outro um nariz adunco, tez amarelada e pálida, em jeito de vela de sacristia; voz aflautada e com travo das beiras; e usava botas.

Um foi o arauto dos “cassetes” do nosso país, criando uma nova forma de comunicação e perpetuação de discurso, no qual o tom monocórdico e ideologia gasta se vão repetindo e reciclando ao sabor dos tempos, ad eternum, sempre adaptados pelos cegos seguidores, que mais não são que aparelhos de banda magnética, gasta, cada vez mais gasta. Pelo meio foi dizendo “olhe que não, olhe que não!!!!”, e deixou-lhes a Festa do Avante, o mal vestir dos seus camaradas e o gosto por ser do contra mesmo quando ser do contra é a corrente, e então já não faz sentido nenhum.

O outro vinha das beiras conquistou os seus pares com o brilho da sua artis jurídica; foi apanhado no turbilhão de uma noite de rave de uns militares com os bigodaços fartos e quando deu por si tinha um país para governar; e fê-lo como sabia melhor: transformou-o num beco de sacristia, com cheiro a vela, mentalidade pequenina agarrada ao destino de o ser sempre assim, disse que “Deus, pátria e família” é que era, deu-lhes o Eusébio, a Amália, e a Nossa Senhora de Fátima. Foi pena ter se lembrado de deixar também os senhores da PIDE e a guerra do Ultramar. Mas vá lá ficamos com a bela arquitectura do Estado Novo e o Portugal dos Pequenitos.

Agora, estão os dois nomeados para Grande Português. É uma pena…

Vencedores?
As pré-estatísticas ou, melhor, as sondagens – mais oficiais do que as feitas pelos signatários - feitas em relação à votação, apontam para que os dois não sejam potenciais vencedores.
São os mais controversos do TOP 10 dos Portugueses. Provocam paixões e ódios, sem medida, a maior parte deles.
Uns salientam que, apesar das “cassetes”, Cunhal permitiu uma viragem política do nosso país; outros, do lado oposto, salientam a eficácia da governação salazarista e o de ter conseguido manter opositores bem à distância.
Diz-se que o primeiro tem contra si a falta de consenso em seu redor. E o segundo o de ter feito o país estagnar durante décadas.

Concordo que são cartas (quase) fora do baralho. Mas não nego que a proximidade temporal ainda pode trazer algumas surpresas.

E, claro, teremos sempre o Portugal dos Pequenitos…


P.S.1 Última parte de "Previsões e apostas a quatro mãos", em relação à eleição para o Maior Português. Ou não...

P.S. 2 Trunfos? por Mr. Sherlock
Vencedores? por Joaninha

17.3.07

Diferente (Gotan Project)

Ao sabor do tango...

14.3.07

Labirinto premiado

2007 foi sorridente para Guillermo del Toro. Viu o seu último filme "O labirinto do fauno" premiado várias vezes. Desses prémios, constam três Óscares (Direcção Artística, Maquilhagem e Fotografia), bem como o prémio de Melhor Filme do Fantasporto 2007.

Rotulado como filme do cinema fantástico e de terror, é, sem dúvida, um filme alternativo.

Entre o real e o onírico, entre a guerra civil e o mundo de fadas, não se esperem os saltos da cadeira vulgares de um filme do género. O que resulta no filme é todo o cenário, a inteligência da maquilhagem e a expressão visual das personagens.

Uma história simples mas criativa - uma criança deslocada e à procura de um refúgio do ambiente doméstico. A leitura de "contos de fadas" [supostamente desadequados a uma criança já no início da adolescência] leva à fantasia [ou será o real?] de percorrer um labirinto [do fauno] até à coroação como princesa.

Pelo meio há, ainda, lugar para a guerrilha de resistência ao regime de Franco e para reflexões, ainda que fugazes, para o "ter de ser" da realidade.

Muito bom. Um filme do cinema fantástico que poderá seduzir as massas.

Leva 4 estrelas [não leva mais devido à brutalidade de algumas cenas!...].

13.3.07

Imagem do dia - VI


[Sol de Inverno, sobre o Rio Douro - vista do Palácio do Freixo]


O sol de Inverno é: frio, provisório e enganador. Mas dá um especial brilho ao rio...

11.3.07

Camélias no Palácio

[Exposição de Camélias, organizada pela Sociedade Internacional das Camélias - Portugal]

O Palácio do Freixo, do século XVIII, foi objecto de profunda recuperação finda há cerca de 4 anos. Uma colorida exposição de camélias deu tonalidades especiais às deslumbrantes salas daquele Palácio, este fim de semana, e serviu de pretexto para a descoberta do espaço.

A camélia (de origem asiática) terá entrado em Portugal através da cidade do Porto, no início do século XIX.

Com o rio Douro como vizinho e um inteligente aproveitamento da luz solar, o Palácio convida a uma demorada visita.

Tem pormenores imperdíveis, como sejam os tectos ou as paredes, sem esquecer o Salão dos Espelhos.


[Salão dos Espelhos]







Com ou sem camélias [que só por si justificavam a visita, tendo em conta a variedade e quantidade], fica mais um dos [muitos] motivos para uma visita à Invicta!


8.3.07

Best of no feminino


[Pablo Picasso, Sleeping woman]


Comemorando-se, hoje, o Dia Internacional da Mulher, decidi efectuar uma recolha de excertos no feminino. Textos (poesia, prosa ou letras de música) de mulheres [portuguesas] que, por uma razão ou por outra, ainda que em níveis diferentes, conquistaram a minha admiração.

Espero que apreciem:



I


Porque

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.

Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.



Sophia de Mello Breyner

II
Quem disse

Quem disse
que esta ausência te devia?

Quem pensou
que esta denúncia se enganava?

Que um dia era pior
que outro dia
Que à noite era melhor
porque sonhava?

Quem disse
que esta dor te pertencia?

Quem pensou que este amor
me perturbava?

Que o longe era mais perto
se fugias
Que o dentro era mais longe
porque estavas?

Quem disse
que este ardor te evidência?

Quem pensou que esta pena
me cansava?

Que calar era pior
se te despia
Que gritar era pior
se te largava?

Quem disse
que esta paixão me curaria?

Quem pensou
que esta loucura me passava?

Que deixar-te era paz
porque corria
Que querer-te era mau
porque te amava?

Quem disse
que esta paixão te espantaria?

Quem pensou
que esta saudade me rasgava?

Que tudo era diferente
se te via
Que o pior era saber
que aqui não estavas?

Quem disse
que esta ternura te devia?

Quem pensou que este saber
se enganava?

Neste langor crescente
que crescia
Neste entender de nós
que cintilava?



Maria Teresa Horta



III

Garras dos sentidos

Não quero cantar amores,
Amores são passos perdidos,
São frios raios solares,
Verdes garras dos sentidos.

São cavalos corredores
Com asas de ferro e chumbo,
Caídos nas águas fundas,
não quero cantar amores.

Paraísos proibidos,
Contentamentos injustos,
Feliz adversidade,
Amores são passos perdidos.

São demências dos olhares,
Alegre festa de pranto,
São furor obediente,
São frios raios solares.

Dá má sorte defendidos
Os homens de bom juízo
Têm nas mãos prodigiosas
Verdes garras dos sentidos.

Não quero cantar amores
Nem falar dos seus motivos.

Agustina Bessa-Luís


IV
Por outras palavras

Ninguém disse que os dias eram nossos
Ninguém prometeu nada
Fui eu que julguei que podia arrancar sempre
Mais uma madrugada
Ninguém disse que o riso nos pertence
Ninguém prometeu nada
Fui eu que julguei que podia arrancar sempre
Mais uma gargalhada

E deixar-me devorar pelos sentidos
E rasgar-me do mais fundo que há em mim
Emaranhar-me no mundo
E morrer por ser preciso
Nunca por chegar ao fim

Ninguém disse que os dias eram nossos
Ninguem prometeu nada
Fui eu que julguei que sabia arrancar sempre
Mais uma gargalhada

E deixar-me devorar pelos sentidos
E rasgar-me do mais fundo que há em mim
Emaranhar-me no mundo
E morrer por ser preciso
Nunca por chegar ao fim


Mafalda Veiga

P.S. Ainda que seja apenas mais um dia no calendário... Os dias de "alguma coisa" são mesmo para isso mesmo. Para serem comemorados.

6.3.07

Termómetros


Temperaturas actuais e estado do tempo:

- Perth (Austrália) - 42º. Sol.

- Mecca (Arábia Saudita) - 34º. Sol.

- Santiago de Cuba (Cuba) - 32º. Sol.

- Punta Cana (República Dominicana) - 29º. Sol.



- Porto - 12º


Chuva fraca, dizem os metereologistas!... Fraca? Estaria bem melhor em qualquer um dos sítios acima. Alguém alinha?

4.3.07

Imagem do dia - V


[Domingos]

2.3.07

Porto fantástico




Ao fim de 27 edições, eis que, finalmente, tenho a oportunidade de auscultar o Fantasporto (Festival Internacional de Cinema do Porto).

As expectativas não eram baixas e, atrevo-me a dizer, foram mais do que superadas.

O premiado em Cannes, em 2006, "12:8: East of Bucharest" (de Corneliu Porumboiu) leva-nos às comemorações do 16º aniversário da queda do regime ditatorial de Ceausescu. O filme foge à categoria de cinema fantástico no seu sentido mais puro e está inserido na semana dos realizadores.

Uma comédia absolutamente hilariante, com os seus pontos mais altos no programa de uma televisão local cujo apresentador pergunta insistentemente "onde é que estava no dia 22 de Dezembro de 1989, às 12:08?", recordando-nos alguém da nossa praça...

Pelo meio, há a oportunidade para a discussão acerca de como se acendem os lampiões de uma cidade. Todos ao mesmo tempo? Ou do centro para a periferia?

O público (constituído, maioritamente pela faixa etária 20-30) aplaudiu com convicção este divertido filme.

Aconselho também, a quem quiser aceitar o repto até Domingo, a visitar a tenda em frente ao Rivoli. Podem conseguir réplicas em cera das vossas mãos:







P.S. Divirtam-se.



1.3.07

Do fundo do baú - ii

"Já sei que vou arder na tua fogueira
Mas será sempre sempre à minha maneira"

[À minha maneira, Xutos & Pontapés]

P.S. Teimosia levada aos limites.