31.5.07

Ruptura


Quebrando o jejum cinematográfico - a oferta não tem sido, para dizer a verdade, muito interessante - aparece-me o filme Ruptura.

Ao contrário do que sucede quando vou ao cinema, não li as críticas ao filme antes de o ver, por isso não fui conduzida por qualquer opinião pré-conceb(d)ida.

A personagem central - Ted Crawford - é encarnada por Anthony Hopkins. Quando descobre da traição da sua mulher, decide preparar o crime perfeito.
Mais do que a descoberta da melhor forma de conseguir a condenação de Ted, Beachum (Ryan Gosling) - o procurador encarregue de promover a acusação - o filme salva-se pela densidade moral que o envolve.

A melhor acusação, sem brechas. A par do reconhecimento pessoal e profissional. O ego-centrismo vivido por um jovem à procura do melhor local de trabalho, orgulhoso da sua percentagem (97%) de sucesso.

Fica o mote, para reflexão: Tudo tem uma brecha, por onde quebrará mais tarde ou mais cedo. O mérito está em encontrá-la.

Anthony Hopkins não supreende. Já todos se habituaram à qualidade da sua interpretação e à expressividade do seu rosto. Ryan Gosling consegue igualmente uma boa personagem.

O género está gasto (as inúmeras séries televisivas para isso contribuiram) e só o final torna o filme recomendável.

Saldo final: 3,5 estrelas (na esperança que o Zodiac seja melhor)

29.5.07

Vizinhos, vizinhas, vizinhanças




Comemora-se hoje - ao que se noticiou - o Dia Europeu do Vizinho. Como disse?

É mesmo verdade, parece que a culpa foi dos franceses [parisienes] que, num belo dia do ano de 1999, acordaram e descobriram que ainda não existia o Dia do Vizinho. E como candeia que vai à frente, ilumina muita gente... a luz da ideia acabou por iluminar também em Portugal.

Em várias cidades sucedem-se as iniciativas e o mote, nalgumas, é mesmo: "Convidar os vizinhos para beber um copo ou partilhar uma refeição pode não resolver os problemas sociais, mas este simples gesto pode ser um princípio."

Para aqueles que se lembraram deste dia, não devem conhecer a minha vizinha do prédio da frente que vem à janela de cada vez que chego a casa e, muitas vezes, pergunta pela família toda.

Também não conhecem os vizinhos barulhentos que cantam o genérico da telenovela "Vingança", às 5h da manhã.

Ou, então, a anterior vizinha do andar de baixo que, "encantada" com o barulho que fazíamos nos batia muitas vezes à porta... Nas situações em que bater com a vassoura no tecto de sua casa não resultava...

28.5.07

Dunas


[@ Praia da Agudela]

As melhores tardes de Domingo.

26.5.07

Nowhere Fast (Fire Inc.)

A história da banda (Fire Inc.) pode resumir-se a duas músicas lançadas para o filme “Streets of Fire”, de 1984. Uma delas – Nowhere Fast – é a que escolho recorrentemente sempre que preciso de uma fonte [musical e matinal] de energia.


everybody's goin' nowhere slowly
they're only fighting for the chance to be last
there's nothin' wrong with goin' nowhere, baby
but we should be goin' nowhere fast
it's so much better goin' nowhere fast

24.5.07

Frase do dia - iii


"Não faças aos outros aquilo que gostarias que te fizessem a ti. Os seus gostos podem ser diferentes dos teus". (George Bernard Shaw)

Tentativa de Shaw de aniquilar uma popular e suposta regra moral.

21.5.07

Cavalheirismos modernos


É tarefa difícil - para não dizer mesmo impossível - conseguir convencer qualquer elemento masculino a acompanhar-nos no percurso das compras.

Quando, por sorte, se conseguem convencer, quando muito eles ficam à porta, encostados ao gradeamento com um ar revelador da penosidade da sua tarefa, fazendo fila com outros do mesmo género que se deixaram arrastar.

Mas há outros, no entando, que levam o espírito de sacríficio [ou o cavalheirismo] até ao limite.

O cenário é uma perfumaria. Têm os dois um ar ainda teenager. Ela tem as unhas pintadas de castanho mas quer comprar/experimentar um verniz vermelho. E eis que, sabe-se lá como, consegue convencer o seu acompanhante a colocar o verniz vermelho nas suas unhas masculinas.

Isto sim, é cavalheirismo. Agora já não basta ficar à porta da loja, ou entrar e limitar-se a encolher os ombros, ou opinar desinteressadamente. Cavalheiro que é cavalheiro experimenta o verniz das meninas nas suas próprias unhas...

20.5.07

Off Cabaret



A certeza de que Espinho tem um conjunto de pessoas com a arte [o que quer que isso seja] a correr nas veias já tinha sido constatada no espectáculo anterior que trouxeram ao Porto.

Desta vez, no Auditório de Espinho [sabe-se lá como o GPS em forma de papel trocou-nos as voltas e atrasou a chegada...], a actuação consiste numa conjugação da Academia de Música de Espinho, o TPE - Teatro Popular de Espinho/Cooperativa de Espinho e Move’in-mento – Núcleo de Dança Contemporânea de Espinho.

A ideia é uma viagem no tempo e no espaço. No tempo, para o início do século passado quando reinava o can-can e a loucura que foi identificada com os "loucos anos 20". No espaço, para o palco e bastidores do mundo do espectáculo.

13 cenários, entre as aulas de ballet, o cabaret, a noite fria e os seus encantos e, até, o belicismo.

Em palco estão cerca de 40 artistas, divididos entre bailarinas, actores, cantores e músicos. O cenário tem imensa cor - como época e a sonoridade o reclamavam - e o guarda-roupa é escolhido a dedo.

A viagem no tempo termina no último "cenário/acto" com a Paródia Da-Da. Com o título inspirado, muito provavelmente, no último hit dos Da Weasel - Dialectos de Ternura. Um percurso por fragmentos do quotidiano do século XXI, culminando no êxtase...

Salientam-se, naturalmente, o divertido texto do Mr. Moustache, recordando o musical Moulin Rouge, a dança can-can pelas sincronizadas bailarinas, a tortura dos atilhos e espartilhos ou a disciplina de guerra sem esquecer a qualidade das vozes interpretando músicas da época ou o pianista que garante quase toda a "banda sonora" do cabaret.

O título "Off Cabaret" baseia-se, segundo o flyer, nas "histórias de fora e de dentro, da rua, das luzes da ribalta e das sombras dos bastidores. Dos in, dos on e dos off...".

Muito bem concebido e conseguido, tendo enchido o bem estruturado Auditório com um público diversificado que se divertiu e aplaudiu convictamente as cenas de um cabaret contadas (cantadas e dançadas) com mestria.




18.5.07

O recordista

Num dos noticiários ouvidos - distraidamente - numa estação de rádio [entre sucessivos zappings é difícil determinar qual era ao certo] ouvia-se o anúncio de mais uma tentativa portuguesa de figurar no livro dos recordes do Guinness. Qualquer coisa relacionada com camiões, se não estou em erro.

Os portugueses têm um especial interesse por quebrar os limites e ainda me lembro de alguns recordes batidos - um logotipo para promoção da organização do Euro 2004, uma bandeira portuguesa toda formada por mulheres, ou a feijoada em cima da Ponte Vasco da Gama.

Mas estes recordes - ainda que tenham algum interesse - não chegam aos calcanhares do rídiculo de alguns:

a) mulher com mais piercings - tem 720. Que beleza!


b) mulher com as unhas mais compridas - 7 metros e 51 cm (cada uma mede, em média, 70 cm...). Como????

c) o maior coleccionador de sacos de enjoo de avião (afinal existe mesmo - num dos primeiros posts deste blog dava conta deste tipo [estranho] de coleccionismo) - 5.034 sacos.


d) o maior número de nacionalidades dentro de uma sauna [quem é que se sujeita a isto?] - 38 nacionalidades.

e) a pessoa mais tatuada - com 100% do corpo tatuado...

Ainda dizem que os recordes portugueses são excêntricos...

16.5.07

A moda do "pisca-pisca"


Provavelmente inspirados pela música da Ruth Marlene - A moda do pisca pisca - os larápios [pelo menos os da Invicta] já se deixaram dos furtos de outrora.

Nada de tampões dos carros (agora os carros têm jantes), nada de antenas... Os auto-rádios tiram-se!...

Agora é mesmo os piscas... Nem mais. Esses não dá para tirar.

Consultada a oficina mais próxima e relatado o sucedido, confirma-se que o fenómeno não é novo: "Eles têm duas formas de actuação - podem até inclusivamente tirar os fios..." Com a sorte que tenho, deve ter sido fios e tudo.

Quando a moda eram os auto-rádios foi com o cd e tudo. Nada de terem o cuidado de deixar o cd. Um dos meus preferidos, por sinal...

É caso para dizer:

Eles olham para a direita, e pisca, pisca,
Eles olham para a esquerda, e pisca, pisca
Andam praí a piscar p'ra ver se arranjam conquista
Parece que está a dar, e que veio p'ra ficar
A moda do pisca, pisca

14.5.07

Cortar a meta

Tal como prometido, aqui ficam duas imagens dos festejos da subida do Leixões à I Liga.




[@ Estádio do Olivais e Moscavide]



[@ Matosinhos]

13.5.07

Olé, olé



O jogo, acabado há escassos minutos no estádio onde joga o Olivais e Moscavide, termina com 2-1 a favor de Leixões. Resultado que permite o acesso, mais do que merecido, à I Liga, 18 anos depois.

Já se ouvem os festejos nas ruas de Matosinhos e a cidade adormecerá, certamente, tarde.

Olé.

P.S. As fotos seguem em breve!

12.5.07

Leituras - ii

Voltei a ter à mesa-de-cabeceira [na realidade está na secretária, no meio de livros e papéis enfadonhos, mas essa imagem seria bem mais prosaica!], o livro Pensar, de Vergílio Ferreira. Para as leituras de meia-noite [ou do meio da noite, quando o sono não vem...].

Fragmentos de pensares dividos e numerados [ao todo, são 677]. Desta vez, fiquei pelo n.º 106, que aqui partilho:

"Trabalhar um livro até à minúcia de uma palavra. E depois um leitor engolir tudo à pressa para saber «de que trata». Vale a pena requintar um vinho para se beber como o carrascão?"

Frase que, metaforicamente, se pode aplicar a tantos contextos!!

10.5.07

Rural or Urban

Depois do youtube me ter trocado as voltas com a publicação do videoclip do José Cid (uns bons dias depois) aqui ficam as imagens de um concurso absolutamente hilariante... Isto sim - é um tesourinho deprimente!!!

8.5.07

Imagem do dia - VIII


Quando, da janela, se ouvem os cânticos calorosos dos estudantes e se recorda o último cortejo e todas as peripécias que o caracterizaram...

6.5.07

É um artista português - ii

A saga começou já há cerca de um ano neste post.

Quando toda a cidade do Porto se mobilizou para mais um início da Queima das Fitas, centenas de pessoas assistiam, no esgotadissímo Cinema Batalha [renovado mas com uma acústica que deixa muito a desejar], a um concerto de José Cid.

Aquele que, em relação a si próprio, diz: "Se o Rui Veloso é o pai do rock português, eu sou a mãe"... O que é certo é que mobiliza uma legião de fãs que se diverte com ele e que canta em uníssono clássicos como "A cabana junto à praia", "Vinte anos", "Ontem, hoje e amanhã", "Um grande, grande amor", "Cai neve em Nova Iorque" (adaptada, no refrão, para "faz-me falta o PORTO, para me sentir feliz") ou a inconfundível, e que rendeu a assistência, "Como o macaco gosta de banana"...

Faltou aquela que é, muito provavelmente, a melhor letra do verdadeiro artista - "A pouco e pouco", com estes versos hilariantes:

São 7 e meia, amor
Tens de ir trabalhar

Acordas-me com um beijo
E um sorriso no olhar
E levantas-me da cama
Depois tiras-me o pijama
Faço a barba
E dá na rádio
O Zé Cid a cantar

Apanho o Autocarro
Vou a pensar em ti
Levas os miúdos
Ao jardim infantil

Chego à repartição
Dou um beijo no escrivão
E nem toco a secretária
Que é tão boa!

(Refrão)
A pouco e pouco se constrói um grande amor
De coisas tão pequenas e banais
Basta um sorriso
Um simples olhar
Um modo de amar a dois (bis)

Às 5 e meia em ponto
Telefonas-me a dizer:

Não sei viver sem ti amor
Não sei o que fazer

Faz-me favas com chouriço
O meu prato favorito
Quando chego para jantar
Quase nem acredito!

Vestiste-te de branco
Uma flor nos cabelos
Os miúdos na cama
E acendeste a fogueira
Vou ficar a vida inteira
A viver dessa maneira

Eu e tu e tu e eu e tu e eu e tu

Refrão


(Letra e música José Cid, 1979).

Sabe-se lá porquê que chega à repartição e dá um beijo ao escrivão, porque motivo ouve "Zé Cid" na rádio (referido na própria letra de José Cid - isto sim é publicidade inteligente!) ou pede "favas com chouriço" para jantar...

Não se limita a cantar. Frisa que:
- tem "50 anos de carreira",
- tem "65 anos",
- "na minha juventude, quando não era tão giro como agora"
- "o Elton John pede roupa emprestada à rainha de Inglaterra e toda a gente sabe que ela é uma pirosa" e ainda [a melhor da noite],
- "eu sou melhor que o Julio Iglesias. Eu ponho um disco à frente, a ele bastava uma caneta"...

É por estas e por outras que continua a esgotar todas as salas por onde passa e que garante 2 horas de pura diversão! A repetir, sem dúvida...

3.5.07

Hit's



Você é "Take On Me" dos A-Ha (1985): O seu lema é o de nunca perder a sua pose sempre muito cool. Gosta de impor respeito naqueles que o rodeiam e é capaz daqueles olhares que congelam (no bom ou no mau sentido) o seu alvo. De espírito prático mas por vezes demasiado durão.

Um teste muito divertido. Com referências às míticas gorila, às bombocas, aos discos de vinil, à revista Bravo e ao Spectrum.

E descansem aqueles que se intrigaram com a última foto, que o post já não é o primeiro que aparece!