31.12.07

Os melhores de 2007

Quando todos fazem - porque a data o exige - o balanço do ano que agora finda, aqui fica a lista dos [MEUS] melhores de 2007, com toda a subjectividade que caracteriza uma escolha deste género.

Música (impossível reduzir a apenas uma):

Linkin Park - What I've I done
Mika - Grace Kelly [a revelação do ano]
My Chemical Romance - I don´t love you
David Fonseca - Superstars II

Cinema:

Num ano que, comparado com o anterior, apresentou filmes menos consensuais (talvez mais perto da data da entrega das estatuetas douradas, o cenário melhore, com a estreia [tardia] em Portugal de alguns que já por cá deveriam andar), e reconhecendo, também, a minha falha nalguns filmes, há que apontar "Gangster Americano" como um dos melhores.

Livro:

"A fórmula de Deus", José Rodrigues dos Santos.

Deixo, também, os votos de um óptimo novo ano de 2008, que seja, independentemente das fugazes resoluções feitas à meia-noite, em grande...

28.12.07

Imagem do dia - XII


[Boleias]

O melhor título para o post seria imagem dos meus dias, já que é um dos divertidos cenários com que me deparo quase diariamente. Um flash apenas possível porque a máquina estava à mão...

27.12.07

A história de uma abelha

Ainda imbuída de espírito natalício, nada melhor do que um filme de animação para prolongar o estado. "A História de uma Abelha" apresenta-se como mais uma produção dos autores de "Shrek" e "Madagascar", mas, pelo menos em relação a "Shrek", não acolhe tantos aplausos.

A história é simples - Barry, um adolescente-abelha à porta do mundo do trabalho, recusa-se a produzir mel a sua vida toda, à semelhança do que fazem todas as abelhas da organizada colmeia. Quando descobre, numa das suas fugas ao mundo fora da colmeia, que os humanos também consomem mel, decide processar as produtoras de mel e exigir a retirada de todas as embalagens expostas na prateleira.

O argumento, que conta com a escrita de Jerry Seinfeld (que também empresta a sua voz ao personagem principal), convence e rouba os sorrisos da plateia.

Aparte algumas falhas científicas no argumento, conseguiu-se reunir as vozes de figuras bem conhecidas do mundo do espectáculo - Renée Zellwegger, Sting (que também é processado por utilizar o nome "sting" [=picada], sem ter pago os direitos de autor), Larry King, Chris Rock ou Oprah Winfrey).


São 90 minutos bem aproveitados, principalmente pelos mais novos [excepto nalgumas piadas (à Seinfeld) e outras que só resultam na língua inglesa].

Saldo final - 3 estrelas.

24.12.07

Cores natalícias?



Quem percorre estes espaços, sabe que a signatária gosta da cor vermelha (rectius, encarnado para baixo do rio Mondego), mas no que se refere ao Natal - e porque se tenta cultivar alguma originalidade - o vermelho e o dourado tendem à ficar fora de portas.

Este ano - e porque já estava prometido há alguns natais - a cor é mesmo o laranja.

Ficam, assim, nestes tons, os votos, a todos, de um excelente NATAL!

Disclaimer natalício



Aqui fica o pormenor do avental (é verdade...) que me foi gentilmente oferecido um destes dias e que desresponsabiliza a sua utilizadora de qualquer dano que venha a ser provocado por atrasos, interrupções ou faltas de entrega nos manjares natalícios.

20.12.07

A Senhora ASAE

Durante muito tempo julgava-na adormecida, sem actuação visível nos mais diversos espaços abertos ao público. Agora surge em todos os cantos e a sociedade civil tem levantado a voz quanto à sua rigorosa inspecção.

Desde as bolas de berlim na praia, à venda de castanhas assadas em folha de jornal, passando pela colher de pau...

A Senhora Dona ASAE irritou-se com a crítica que lhe tem sido feita - incluindo uma petição que tem circulado pela net - e veio acalmar-nos com os seus esclarecimentos:

a) Vamos continuar a poder ouvir os pregões de "Olhá boolaaa de berlinnng", na praia, desde que "produzidas num estabelecimento devidamente licenciado e comercializadas de forma a que esteja garantida a sua não contaminação ou deterioração"; [importa-se de repetir?]

b) Já quanto à bela da castanha assada, nada de utilizar papel de jornal...

c) Aconselha-se uma faca de cor diferente para cada género alimentício. Portanto, uma para a cebola, outra para a batata, outra para a cenoura, outra para a carne, outra para o peixe, outra para o pimento... Mas a Senhora ASAE esclarece e acalma-nos "não sendo requisito legal, é uma boa prática a utilização de facas de cor diferente, pois esse procedimento auxilia a prevenção da ocorrência de contaminações cruzadas."

Aprendam, pois, a colorir as vossas cozinhas, pois "auxilia a prevenção da ocorrência de contaminações cruzadas".


18.12.07

Desafio: 5 filmes, 5 bandas sonoras

A RTP, do Tretas & Letras lançou-me um desafio. Encontrar cinco filmes que se destaquem pela sua banda sonora. Se a tarefa parece, à partida, relativamente simples, os problemas começam a surgir quando se tem de restringir a escolha a apenas 5.

Consultada a memória cinematográfica/musical, aqui ficam algumas perólas, sem qualquer ordem hierárquica:

1. Trainspotting (de Danny Boyle)







O filme leva já mais do que uma década (1996) e foi um dos que me levou, rapidamente, a adquirir a banda sonora. Com nomes como Iggy Pop (o fantástico "Lust for Life"), Lou Reed ou Underworld. Uma mistura que ilustra na perfeição o poder da película.


2. Chicago (de Rob Marshall)



Mais recente que o anterior (2002) e num registo completamente diferente. Apresenta igualmente uma escolha apropriada para a representação da Broadway. Ainda que os intérpretes sejam, na maior parte das vezes, os próprios actores, a qualidade não saiu afectada.

Saliento, no entanto, a "All that Jazz", de Velma Kelly.



3. Moulin Rouge (de Baz Luhrmann)



Tal como Chicago, um musical que salta para o cinema. A escolha musical recaiu, e de aplaudir, sobre nomes como Labelle, Queen, Fatboy Slim, The Police ou David Bowie.
Um filme que vale, sobretudo, pela banda sonora e, só por isso, merece um lugar na pole position.


4. Pulp Fiction (de Quentin Tarantino)


À semelhança da banda sonora de Trainspotting, também este filme me levou à aquisição da banda sonora. Ainda hoje ouço as músicas que o compõem com igual apreço, tais como a "Girl, will be a woman soon", interpretada por Urge Over Kill, ou a "You never can tell" (Chuck Berry), que serve pano de fundo para a dança de Uma Thurman e John Travolta. Um filme para ver e ouvir, sem limites de consumo.



5. The Lion King (de Roger Allers e Rob Minkoff)




Sim, eu sei que é um filme de animação. Mas a banda sonora é divertida e fica no ouvido. Porque nem só de bandas sonoras sérias é feita uma lista das melhores. Para a história do cinema de animação ficará, por muito tempo, a "Hakuna Matata".

Para uma lista das 100 melhores bandas sonoras no cinema vejam neste site.

O desafio fica aberto a qualquer um dos leitores do blog que queira partilhar as suas preferências...

10.12.07

"Lisbon revisited"

Àparte todas as correrias, contra-tempos e esquecimentos, cumprimos os objectivos delineados.

Objectivo n.º 1 - Monty Python

Já há muito que vinha adiando a ida a Lisboa para ir ver o espectáculo. Pouco depois da aquisição dos bilhetes, surge a confirmação que o quintento vem ao Porto, em Fevereiro de 2008, com o seu "Os Melhores Sketches dos Monty Python". Mas, enfim...

Em pleno Casino de Lisboa - cuja visita se recomenda, dada a inteligência na decoração e arquitectura - no Auditório dos Oceanos, António Feio, Jorge Mourato, José Pedro Gomes, Bruno Nogueira e Miguel Guilherme trazem-nos uma recuperação dos inimitáveis Monty Python. Não se espere ver em palco uma cópia dos ingleses, mas a adaptação foi bem conseguida. Os Sketches escolhidos não esquecem os mais famosos, como sejam o "Papagaio Morto" ou a "Anedota mortal"; passando pelos vídeos recreados pelos actores portugueses. Pena que o "Ministry of Silly Walks" (um dos meus preferidos) não tenha tido igual atenção...

Miguel Guilherme e José Pedro Gomes destacam-se, naturalmente; o primeiro com um monólogo serpenteado pelo meio do público e o segundo por uma interpretação divertida no Sketch "Pancada na Cabeça".

O quintento não esqueceu a banda sonora dos Monty Python, acompanhada dos inconfundíveis assobios - "Always look at the bright side of life"...

Para quem não viu e é fã da série que inspirou comediantes muito para além das fronteiras inglesas (incluindo os do nosso país), fica a recomendação.


Objectivo n.º 2 - Xutos e Pontapés

O Campo Pequeno acolheu, completamente esgotado, os Xutos e Pontapés para o festejo do aniversário do álbum "Circo de Feras".

Ainda que comecem a ser incontáveis as vezes que os vi ao vivo, este espectáculo valeu, sobretudo, pelas actuações circenses que o envolveram. Desde saltos em trampolim a malabarismo com fogo.

O melhor mesmo foi o acampanhamento com tambores da música "Circo de Feras".

28 anos depois, eles aí andam para as curvas, ritmo, e com letras que todos cantam em uníssono, principalmente a "Contentores", "Circo de Feras", "A minha casinha", "Não sou o único" e "À minha maneira".

Objectivo n.º 3 - Museu Colecção Berardo

Ainda que a figura não gere consensos nos vários domínios onde intervém, a inegável que a colecção em exposição tem muitas obras que justificam a visita.

Dos nomes representados no Museu fazem parte Andy Warhol, Piet Mondrien, Paula Rego, Pablo Picasso ou Max Ernst.

Para percorrer todas as salas do museu, é necessário (muito) tempo. São muitas obras, ainda que nem todas reclamem igual atenção.

Porque a escolha de uma obra ilustrativa da visita nem sempre é fácil, fica uma das que mais me diverte e de um artista que recentemente esteve representado pela Invicta.



[Salvador Dalí]

Até ao final do ano, a entrada é gratuita.

P.S. Título do post "emprestado" de um poema de Álvaro de Campos.

1.12.07

Imagem do dia - XI



Para servir de mote ilustrativo das [atarefadas] semanas pré-natalícias que aí vêm.

28.11.07

Memórias Póstumas

Há umas semanas atrás, no âmbito de uma conversa de trivialidades, o tema foi "qual é o maior escritor brasileiro?". A resposta pronta, dada por um autóctone, foi Machado de Assis, apontando de imediato o livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas".

E estava lançado o mote e convite à leitura. A uma velocidade de leitura calculada de 15 minutos por dia (na melhor das hipóteses) foi um livro para se ir lendo.

Com capítulos curtos e divertidos, o autor, colocado na pele de Brás Cubas, vai contando, cronologicamente, os retalhos da sua vida. A obra dedicada "ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver" é inevitavelmente realista e pode aproximar-se a alguns escritos de Eça de Queiroz.

Não foi tarefa fácil a escolha de um excerto para aperitivo - com inúmeros segmentos que poderiam saltar para o post - mas deixo este, eloquente q.b.:

"Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai um pouco a eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás ínfimo, porque o mais defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar..."
(Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas, Biblioteca Editores Independentes, pág. 172)

25.11.07

Gangsters

A fórmula não é mais do que um "baralhar e dar de novo". O cinema norte-americano colecciona filmes que retratam os anos 70' em Nova Iorque, com lutas de grupos de gangsters que tentam dominar o submundo da droga.

Como pegar num tema mais do que comum e introduzir algum elemento de novidade que consiga o aplauso do público?

Ridley Scott escolhe dois actores oscarizados - Denzel Washington e Russel Crowe -, atribui-lhes funções maniqueístas (o primeiro representa o crime organizado na cidade e o segundo a luta contra o mesmo), introduz elementos polémicos (a guerra do Vietname) e espera que resulte.

Quanto a mim, resulta. Denzel Washington tem uma representação coesa e bem estruturada, livrando-se da conotação óbvia de que só consegue fazer papéis de "boa pessoa".

O argumento é inteligente - adaptado de factos verídicos - (em especial, quando são confrontadas as duas personagens principais) e tem o mérito de prender o espectador, o que não seria tarefa fácil atendendo à duração do filme.

Mais do que a tentativa policial de combater o tráfico de droga em Nova Iorque, há, no enredo, uma tentiva de desmascarar a corrupção, incluindo dos elementos policiais.

O que falta para não receber as 5 estrelas? Talvez alguma ousadia? A referência, na perspectiva em que é feita, à guerra do Vietname é louvável, mas logo se tenta corrigir a mão e forçar um final que poderia ter sido mais intrigante.

Gangster Americano vale pelos actores - que fazem quase o trabalho todo - mas não consegue superar o Departed (Entre Inimigos), sendo a comparação exigida dada a proximidade temporal entre os dois e, até, semelhanças no próprio argumento.

Parece-me que não vai ser um filme esquecido pelos Óscares, sobretudo ao nível da representação... Mas as contas ainda vêm longe.

Saldo final - 4 estrelas.

23.11.07

Elizabeth - A idade de ouro

A crítica não tem poupado o filme, apontando, sobretudo, o facto de não ter explorado um pouco mais a dimensão psicológica da personagem central - a rainha Isabel I.

"Elizabeth - A idade de ouro" vale pela fotografia, guarda-roupa e afins (as famosas perucas), e por alguns momentos mais inspirados do argumento e pouco como filme histórico. Reconhece-se que poderia ter havido alguma criatividade e especulação quanto à representação da vida pessoal da rainha, concretizando alguns rumores históricos de "affairs".

Cate Blanchet cumpre o seu papel (ainda que não seja nada de extraordinário) - de rainha seráfica, mas, ao mesmo tempo, à procura da conquista do povo, tentando conciliar o cumprimento dos deveres régios com a necessidade (e curiosidade) de uma vida menos fria e mais completa.

Um filme leve cujo ponto alto reside, quanto a mim - mais do que na batalha com a Armada Invencível - na traição e sanção com execução de Mary Stuart (Samantha Morton muito bem na sua representação, principalmente no pormenor do último olhar antes da execução).

Vê-se bem, mas a história não nos acompanha de regresso a casa (talvez seja um critério falível para avaliar a qualidade de um filme, mas é o que a casa gasta... ;)).

Saldo final - 3 estrelas.

14.11.07

Quando o telefone toca


Naturalmente que o título do post nos remete para o mítico programa da Rádio Clube Português, apresentado por Matos Maia. "Posso dizer a frase?"

Feita a homenagem, recupero o verdadeiro propósito. Quando o telefone toca... que música é que toca?

Longe vão os tempos (quiça nos primórdios dos telemóveis) em que só se ouvia o irritante Ring Ring ou o inconfundível Nokia Tune.

Actualmente, o que se coloca como música no telemóvel será, talvez, um espelho da pessoa. E tanto ouço telemóveis que tocam com um cão a ladrar (algures numa aula teórica da faculdade - "pronto, o telemóvel já vibrou três vezes, agora começa a ladrar", diz-me ela entre dentes), como com um riso de uma criança.

A geração "Morangos com Açúcar" tem todos os novos hit's no telemóvel, toques esses que variam por cada pessoa que liga. Para cúmulo do desespero, experimentem ouvir os toques do crazy frog da imagem...

E vocês? O que toca... quando o telefone toca?

7.11.07

Frase do dia - vii


Se trabalhas com papéis não tenhas copos cheios de água em cima da secretária.


P.S. Upss...

6.11.07

Os limites da criatividade

Reconheço que poucas coisas me divertem tanto como a publicidade criativa. A par da publicidade reconheço algum talento àquelas pessoas que, nascendo com alguma criatividade, fazem disso profissão.

Refiro-me àqueles que concebem objectos estranhos mas que defendem a absoluta necessidade da sua utilização generalizada.

Vêm todas estas divagações a propósito de uma revista de venda por catálogo que se passeava lá por casa. Como o tempo para leituras mais aprofundadas escasseia, atirei-me àquela revista e descobri objectos tão preciosos quanto imprescindíveis nas páginas da mesma.

Vejam lá se não tenho razão:




[Kit de golf para escritório.
Para jogar entre duas reuniões, com um tapete verde a imitar a relva. Com sorte ainda acerta em alguém mais aborrecido...]









[Suporte de bananas.
Dizem os entendidos que é para que elas amadureçam... Também têm para pessoas?]







[Apoia pés para o duche.
Aceitam-se contributos para a sua utilidade...]









[Baralhador de cartas.
Para fugir às batotas]



Todas as ideias aqui.

3.11.07

Crazy (Alanis Morissette)




O original é de Seal, mas Alanis Morrissette recuperou a música há cerca de dois anos e emprestou-lhe um ritmo mais animado e divertido. Já há algum tempo que queria ter colocado aqui no blog. Aqui fica, hoje, para recordar uma cantora que serviu de banda sonora em muitas festas há uns anos atrás, com o álbum Jagged Little Pill e as educativas letras das músicas que então compunham o álbum...

Falta de tempo?


É notória a minha falta de tempo nas últimas semanas (que se traduz numa evidente escassez de escrita neste espaço); mas ao ler um dos e-mails que recebi recentemente, descobri que o mal não é só meu. Senão vejam, mais resumido:

"Dizem que todos os dias temos que comer uma maçã para o ferro e uma banana para o potássio. Também uma laranja, para a vitamina C, meio melão para melhorar a digestão e uma chávena de chá verde sem açúcar para prevenir a diabetes. Todos os dias temos que beber dois litros de água. Todos os dias temos que tomar um Activia ou um iogurte para ter 'L. Cassei Defensis', que ninguém sabe exactamente o que é que é mas parece que se não ingeres um milhão e meio todos os dias começas a ver toda a gente com uma grande diarreia ou presos dos intestinos.

Cada dia uma aspirina, para prevenir os enfartes mais um copo de vinho tinto, para a mesma coisa. E outro de vinho branco, para o sistema nervoso. E um de cerveja, que já não me lembro para que era.

Tens que fazer quatro a seis refeições diárias leves sem te esqueceres de mastigar cem vezes cada garfada. Ora, fazendo um pequeno cálculo apenas a comer vão-se assim de repente umas cinco horitas. Ah, depois de cada refeição deves escovar bem os dentes, ou seja: depois do Activia e da fibra os dentes depois da maçã os dentes depois da banana os dentes e assim, enquanto tiveres dentes sem te esqueceres nunca de passar o fio dental massajador das gengivas e bochechar com PLAX...

Temos que dormir oito horas e trabalhar outras oito [sem contar todas as outras horas extraordinárias...] mais as cinco que usamos a comer, faz vinte e uma.

Restam três horas sempre que não surja algum imprevisto. Segundo as estatísticas, vemos três horas de televisão diárias. Bem, já não podes porque todos os dias devemos caminhar pelo menos uma meia hora (dado por experiência: ao fim de 15 minutos regressa senão andas mas é uma hora!). E há que cuidar das amizades porque são como uma planta: temos que as regar diariamente.

Também temos que arranjar tempo para a maquilhagem, a depilação/fazer a barba, varrer a casa, lavar a roupa, lavar os pratos e já nem digo, os que têm gatos, cães, pássaros e uma catrefada de filhos...

No total, a mim dá-me umas 29 horas diárias se nunca parares. A única possibilidade que me ocorre é fazer várias destas coisas ao mesmo tempo: por exemplo, tomas duche com água fria e com a boca aberta, e assim bebes logo os dois litros de água de uma vez.

Enquanto sais do banho com a escova de dentes na boca, vais fazendo o amor, o sexo tântrico, parado, junto ao teu mais que tudo, que de passagem vê TV e te vai contando o que se passa, enquanto varres a casa. Sobrou-te uma mão livre? Telefona aos teus amigos e aos teus pais!Bebe o vinho (depois de telefonares aos teus pais vai fazer-te falta!). O iogurte com a maçã pode dar-te o teu par enquanto ele come a banana com Activia. No dia seguinte troquem. E menos mal que já crescemos, porque senão tínhamos que engolir mais umas cerelac's e um Danoninho Extra Cálcio todos os santos dias.

Úuuuf!

Mas se te restam 2 minutos, reenvia isto aos teus amigos (que temos que regar como as plantas) enquanto comes uma colherzinha de Muesli ou Al-Bran, que faz muito bem..."

E acrescentaria eu: ir ao ginásio, ler um livro, ouvir uma música, ir ao cinema e, claro, escrever no blog...

30.10.07

Ir à bola

São poucas as equipas e os jogos que me fazem ir ao estádio. Principalmente quando as temperaturas demonstram que o Verão já vai longe e só nos apetece mesmo ver o jogo num confortável sofá, aquecimento ligado e uma mantinha nas pernas.

Mas como não há regra sem excepção, lá fui eu para, uma vez mais, assistir ao FCP-Leixões. A última tinha sido um "amigável" (?!) entre as duas equipas.

Arrastada por um convite, instalei-me no lugar que o bilhete marcava mas rodeada de cachecóis azuis e brancos e de portistas que se mantiveram em silêncio, e de braços cruzados, durante quase todo o jogo [exceptuando as três vezes que se levantaram, mas isso agora não interessa nada!...].
As únicas vozes que ali se ouviam eram, além da ruidosa claque do Leixões, as vozes femininas a torcer pelos vermelhos e brancos - "vai", "corre", "até eu marcava esse canto melhor". Os senhores (portistas) que por ali se encontravam, em larga maioria, sorriam com indiferença.

Olhando em redor, consegui traçar o perfil de 4 tipos de adeptos:
- o adepto que preferia estar em casa (ou se fosse no estádio, que fosse em cadeiras aquecidas, sem vento, sem trânsito a chegar e a sair do estádio e com a possibilidade de ver algumas jogadas em câmara lenta...);

- o verdadeiro adepto - grita a plenos pulmões, agita a bandeira, pinta a cara com as cores da equipa, veste a camisola com as cores da equipa (ou até, mesmo quando estão 4º, anda em tronco nu...) e, pelo meio, dá ordens aos jogadores, ao treinador e ao árbrito.

- o adepto em família - vem em grupo, como um ritual.

- o adepto saído do escritório - de fato e gravata (ele), de salto alto (ela). Vê o jogo sem gritar, sem resmungar, sem grandes manifestações emocionais.

Para a próxima façam-me o favor de ganhar, ok?

24.10.07

Portugal no seu melhor - iii


Alguém precisa de ir à "Alfisina"?

23.10.07

Manias - ii

Apesar de ser o símbolo de uma estação do ano que não aprecio de todo, gosto do inimitável cheiro da chuva.

16.10.07

Frase(s) do dia - vi



"Dê-me o benefício das suas convicções, se as tiver, mas guarde para si as dúvidas. Bastam-me as que tenho". (Wolfgang von Goethe).

"Se duvidas, cala-te", Zoroastro.


Ditados (im)populares...

13.10.07

Superstars (David Fonseca)

Nem sempre as músicas lhe saem bem, mas quando saem, ou por sorte, ou qualquer outro motivo, dá nisto: uma música para ouvir como um elixir de energia. Para consumir consoante as necessidades e sem efeitos secundários.

O videoclip tem cor e ritmo e o refrão fica no ouvido.

Bom fim de semana!

12.10.07

As letras por trás das músicas - i

Ao que parece corre por aí a notícia de que Sting é o pior letrista do mundo. Terá, ao que consta, contribuído para chegar ao topo da lista as letras de "Don't Stand So Close to Me" e "If You Love Someone Set Them Free", que terão sido copiadas de outros autores. E nós que nos divertíamos nas aulas de inglês a descodificar a música "Englishman in New York", parece agora tudo um mito.

Enquanto se desconhece a lista final dos piores letristas, aqui vai uma recolha de algumas pérolas das letras por trás das músicas:

Os pedidos incompreensíveis:

You're never here
You're never near here
What day is this?
What day?
Whose day is this?
Put me in your supermarket list (Silence 4, Borrow)

Às 5 e meia em ponto
Telefonas-me a dizer:
Não sei viver sem ti amor
Não sei o que fazer
Faz-me favas com chouriço
O meu prato favorito
Quando chego para jantar
Quase nem acredito! (A pouco e pouco, José Cid)

O artista dentro do artista:

Sipping Bailey's Cream
By the stereo
Trying to find relief
On the radio
I'm suppressing the tears
But they start to flow
'Cause the next song I hear
Is a song I wrote
When we first got together
Early that September
I can't bear to listen
So I might as well drift
In the kitchen
Pour another glass or two
And try to forget you
(Mariah Carey, Crybaby)

E, mais uma vez, José Cid.

Faço a barba
E dá na rádio
O Zé Cid a cantar
(José Cid, A pouco e pouco)

Aceitam-se contributos...

8.10.07

Manias - i

Começar a ler as revistas da última para a primeira página.


[Deve ser alguma costela árabe...]

7.10.07

Déjà vu


Com o início da inominada estação do ano em que nos encontramos, recupera-se o conceito de couch-movie, porque isto de sair de casa para ir ao cinema não é fácil quando a preguiça e o mau tempo nos dominam quase integralmente.

O filme já tem alguns meses, ainda que só recentemente tenha chegado em versão doméstica (aka dvd); Déjà vu traz-nos Denzel Washington no papel de um agente ATF (especialista em armas e explosivos) que tem a difícil missão não só de descobrir a autoria de um atentado bombista que causa centenas de mortos em New Orleans mas também, sabe-se lá como, evitar que o mesmo suceda.

Toda a película assume uma densidade ficcional nem sempre simples de acompanhar (principalmente quando o cansaço exigia um filme de futilidades), com a tentativa de fintar o destino, viajar no tempo e jogar com essas grandezas aparentemente incontroláveis que são o tempo e o espaço.

Esperava que fosse um pouco mais explorado o conceito de "déjà vu" que tantas vezes nos assalta no dia-a-dia, conceito que terá sido cientificamente rotulado por Émile Boirac, no final do século XIX.

Garante-se que quem o vir fica preso ao ecrã até ao final. Tendo-o perdido em versão cinema, vale a pena o seu visionamento no género doméstico.

Leva 4,5 estrelas (já que 5 estrelas exige algo mais).

29.9.07

As melhores de sempre

A revista Time - pela mão de James Poniewozik - decidiu fazer uma lista das 100 melhores séries de todos os tempos. Com a actualidade televisiva a viver sufocada de séries atrás de séries, foi agradável recordar algumas que já há muito estavam esquecidas.

Da lista fazem parte, naturalmente:
- Friends - que James Poniewozik caracteriza brilhantemente como "The show never pretended to be about anything weightier than «We were on a break». But the well-hidden secret of this show was that it called itself Friends, and was really about family."

- Monty Python's Flying Circus - que não resisti a postar um dos mais divertidos e divulgados sketches, na esperança que José Pedro Gomes, António Feio, Miguel Guilherme, Bruno Nogueira e Jorge Mourato tragam à Invicta o espectáculo "Os Melhores Sketches dos Monty Python", que está em cena no Auditório dos Oceanos, em Lisboa.




- The X-Files - os "Ficheiros" marcaram uma época televisiva, ficando a música de Mark Snow nos ouvidos de todos. A fórmula resultou durante uns tempos, mas a fobia com o "paranormal" foi, lentamente, perdendo terreno.
- Sopranos - com os relatos diários da família (entendida em sentido amplo, claro!) de Tony Soprano. Uma série que continua a conquistar Emmy's.
- E ainda Simpsons, Sex and the city, Dallas e o saudoso Cheers (com as típicas e menos típicas conversas ao balcão de um bar), só para recordar algumas da lista.


Lista completa

27.9.07

Desafios literários

O desafio corre vários blogs e eu decidi, hoje, aceitá-lo.

1. Peguem no livro mais próximo;
2. Abram-no na página 161;
3. Procurem a 5ª frase completa;
4. Coloquem a frase no blog;
5. Não vale escolher a melhor frase nem o melhor livro (usem o mais próximo), de preferência não jurídico, ok?;
6. Passar o desafio a cinco pessoas.

Pego nos Maias (estava mais perto) e cumpro o desafio:

"O rapaz ao lado, esticado num fato de xadrezinho inglês, abria negligentemente um telegrama". (pág. 161, 5ª frase).

Lanço, então, o desafio à RTP, ao Filipelamas, ao Mr. Sherlock, ao Sub-lodo e à Xana. Naturalmente, que o desafio é extensível a qualquer pessoa...

26.9.07

Anoitecer



[Numa bela tarde de Julho, junto ao Mondego]

É sobejamente conhecido o meu desagrado pela chegada do Outono. De um sem número de coisas que podia elencar que esta estação me rouba (o tempo, o bom tempo, o calor, a tranquilidade...), aquilo de que sinto mais falta é mesmo dos finais de tarde numa qualquer esplanada a tentar recuperar de um dia indoor.

23.9.07

Day after


Já está. Mais um que passou.

21.9.07

Pela revogação da lei de Murphy - ii

Passado mais do que um ano desde o último post sobre a Lei de Murphy, e porque a reciclagem do tema é mais do que adequada, aqui vai uma nova recolha das melhores decorrências da referida Lei:

1- Uma gravata limpa sempre atrai a sopa do dia.
2- Todo corpo mergulhado numa banheira faz tocar o telefone.
3 - A informação mais necessária é sempre a menos disponível.
4- A probabilidade do pão cair com o lado da manteiga virado para baixo é proporcional ao valor da carpete.
5- Toda partícula que voa sempre encontra um olho.
6- As crianças são incríveis. Em geral, elas repetem palavra por palavra aquilo que você não deveria ter dito.


E, a minha preferida:

Lei de Murphy no ciclismo: não importa para onde você vai; é sempre morro acima e contra o vento.

14.9.07

Boa sorte/ Good Luck (Vanessa da Mata e Ben Harper)

Com o mês de Setembro ainda a meio, só me apetece ouvir a "Wake me up when September ends" dos Green Day. Mas acho que esta da Vanessa da Mata com o Ben Harper já ajuda!


12.9.07

Os mistérios do funcionalismo público


Estou certa que o tema do post daria para ir publicando em fascículos... Mas apenas me interrogo três vezes (poderiam ser muitas mais):

1 - Porque é que o funcionário público sai sempre para a "pausa da manhã" (às 10h, quando entrou às 9h00) assim que chega a nossa vez?

2 - Porque é que o funcionário público está quase sempre mal humorado?

3 - Porque é que aquilo que se adivinha lento, normalmente confirma-se ser muito lento?


P.S. Divagações...

7.9.07

Imagem do dia - X





A melhor fotografia aérea quando se regressa a casa e se avista o rio Douro e as suas pontes...



6.9.07

O tenor


Pavarotti conquistou, sem dúvida, o seu lugar na história da música, com a sua voz absolutamente genial e o sorriso inconfundível.

Fez duetos que marcaram a diferença.

Quer, por exemplo, com os U2, em Miss Saravejo, quer com Barry White, naquela que é uma das minhas músicas preferidas: My first, my last, my everything

Aqui ficam os links das duas, em jeito de homenagem.

2.9.07

Há dias


Reconheço que certos "dias de..." chegam a ser enfadonhos e sem sentido. Mas há alguns particularmente imaginativos e divertidos (especialmente vindos do Brasil).

Vejam só - para o mês de Setembro - a lista de "dias de..." e comecem a pensar nas formas de comemoração:

6 - Dia do Alfaiate e do Barbeiro e Cabeleireiro.

12 - Dia do Tractor.

13 - Dia do Programador.

15 - Dia do Musicoterapeuta.

17 - Dia do Transportador Rodoviário de Carga.

19 - Dia do Computador.

21 - Dia do Contra.

22 - Dia do Contador e do Técnico Agro-pecuário.

23 - Dia do Sorvete.

25 - Dia do Trânsito.

27 - Dia Nacional do Turismólogo ou Turistólogo, Profissional Formado em Curso Superior de Turismo.

29- Dia Nacional do Jornaleiro e do Professor de Educação Física.

30 - Dia da Secretária.

Para, garantidamente, começar a semana com um sorriso. :)

Fonte: Wikipedia.

29.8.07

Frase do dia - v

Mais um ditado (im) popular:

"Mais vale um mau dia de férias do que um bom dia de trabalho".



P.S. Desabafo de alguém que já não está de férias! :(((

27.8.07

Such a beautiful horizon

Reencontro Barcelona exactamente dois anos depois de lá ter estado e vejo uma cidade que não muda [em equipa que ganha, não se mexe].

Continua o sol intenso [mesmo que no resto da costa espanhola esteja a chover], o labiríntico (e magnífico) bairro gótico - onde serpenteiam centenas de pessoas de loja em loja - os pormenores de Gaudí impressos em algumas construções e, ainda, a "La Ramba" com os artistas de rua mais criativos que já vi.

No metro, toca, sentado no chão, um guitarrista, fazendo apelo às sonoridades autóctones.

Apesar desta (aparente) pouca mudança, parece que Barcelona encerra sempre uma novidade. Desta vez, encontrei-a no Museu Nacional de Arte da Catalunha, onde se beneficia de uma vista quase total sobre esta cidade surpreendente (com 82 monumentos e 36 museus!).



Naturalmente que a banda sonora ideal para a cidade (e porque todas as cidades têm a sua), é a música "Barcelona", produto de um brilhante dueto entre Freddie Mercury e a soprano espanhola Montserrat Caballé. Escrita pelo primeiro, a pedido da segunda, em jeito de homenagem à sua terra natal.

Quem quiser recordar, fica o link.

Título do post emprestado de um dos versos da música "Barcelona".

16.8.07

Fuga madeirense - iii


Encerra o capítulo do relato da última fuga o areal do Porto Santo. A praia, com 9 km de extensão, beneficia de uma água do mar quase sempre nos 24º. O que convida a uns bons mergulhos mesmo quando o tempo não esteja lá muito favorável (como a foto documenta, pelas nuvens que nos acompanharam quase todos os dias que por ali estivemos).
A areia, segundo dizem, tem qualidades terapêuticas, devido ao facto de conter organoplastos [não me perguntem o que é, ok?].

O Porto Santo ainda não foi invadido pela massificação turística que a costa continental portuguesa testemunha. Existem regras quanto à altura máxima dos prédios (máximo de 4 andares) e um limite para a oferta turística.

Uma pérola que vale a pena visitar.

14.8.07

Dalí no Porto



Bem perto do Porto Cartoon, está, no deslumbrante Palácio do Freixo, uma exposição com obras de Salvador Dalí (1904-1989).
São, ao todo, 285 obras, entre desenhos, esculturas e quadros originais.

Ao nível da escultura, destaco o "Homem sobre golfinho" e o divertido "Elefante cósmico".

É dado especial ênfase às litografias religiosas (ao todo, 150).

Para mim, absolutamente geniais são a "Gargantua e Pantagruel", com figuras mais do que surreais e o "Tricórnio", com um jogo de cores, imagens (um burro e uma borboleta vão saltando de tela em tela, assumindo diferentes configurações no todo) e de sombras supreendente.

Tenho pena que a organização não tenha conseguido trazer à beira-rio as pinturas mais famosas de Dalí, principalmente a admirável "Persistência da Memória". Por isso, quem for à espera dessas obras mais notórias, não as vai encontrar. Apesar de tudo, não se fica desiludido... É sempre um motivo para (re)descobrir o recuperado Palácio do Freixo.

Patente até 4 de Novembro.

12.8.07

Fuga madeirense - ii

Continuando na recuperação de alguns pontos de interesse na Ilha da Madeira e no Porto Santo, aqui ficam mais umas dicas, sem qualquer ordem hierárquica:

4 - Casas típicas



Na ilha da Madeira, temos as inconfundíveis casas em madeira e com telhado de colmo. Encontram-se, principalmente, na localidade de Santana, mas podem observar-se réplicas construídas recentemente noutros cantos da ilha.




Esta que aqui deixo é a localizada no Jardim Botânico. Salienta-se a sua cor: o vermelho das portas, o azul das janelas e as paredes vermelhas e brancas.


Já no Porto Santo, as casas típicas ou tradicionais têm uma configuração completamente diferente.





Os telhados não são de colmo mas de terra barrenta, o que demonstra quais as matérias primas mais frequentes naquela ilha.




5 - Pico de Ana Ferreira



[Colunas prismáticas, vulgarmente chamadas de "piano" no Pico Ana Ferreira, Porto Santo]


Só se consegue alcançar esta "obra" da natureza de jipe. Uma viagem agitada [mais do que não fosse pela ruidosa família que nos acompanhou], mas que vale a pena. De acordo com as pesquisas da nossa guia e condutora - a simpática Sofia - o nome de Ana Ferreira deve-se, rezam as lendas, ao facto de ter havido a necessidade de presentear uma senhora com esse nome, dando-lhe um terreno para cultivo. A dar desta lenda, existe outra [bem mais interessante!...] - Ana Ferreira terá sido uma feiticeira que ainda se manifesta para aqueles que se atravem a subir o pico.


6 - Gastronomia e afins

Estou certa que uma estada demorada em qualquer das ilhas teria permitido um melhor conhecimento da gastronomia típica madeirense. Apesar de tudo, fica a confirmação que as típicas espetadas, principalmente se servidas em ramo de oliveira, são divinais e que o atum tem incontáveis pratos.

Ao nível da restauração, e no Porto Santo, o "Pé na Água" apresenta-se como um especialista em peixe e está localizado mesmo em cima da praia, com a areia quase debaixo dos pés. É um dos mais frequentados e só se lamenta o frio e o vento que se fez sentir naquela noite que tornou a refeição bem mais curta.

Ainda no Porto Santo, o "Solar do Infante" é o mais central e o ideal para quem quer usufruir das melhores vistas sobre a praia dourada.

Muitos dos restaurantes espalhados pelo Porto Santo, principalmente os mais afastados do centro, tem um serviço bastante útil - utilizando uma carrinha (courtesy bus) vão buscar os turistas ao hotel e levam-nos de regresso. Fica o exemplo!

Quanto a bebidas típicas, naturalmente que o vinho da Madeira apresenta-se como o ex-libris, sem prejuízo da poncha (mistura de aguardente de cana, mel e limão). Esta última, ainda que característica da Câmara dos Lobos, bebe-se em qualquer lado. Recomenda-se a poncha de maracujá, mas os efeitos secundários são evidentes!...


Cartoon no Porto



Mantendo uma tradição com alguns anos (desde 1999), está patente no Museu Nacional da Imprensa (no Freixo) mais uma exposição do "Porto Cartoon" - a IX.

Desta vez, o tema é a Globalização e recolheram-se 400 cartoons, o que significa a maior exposição de sempre desta temática.

Espalhadas por várias salas e com obras vindas dos cinco continentes, além da temática da Globalização, um jogo de espelhos faz a ponte entre a exposição principal e a "Galeria Internacional do Cartoon", com temas variados e com caricaturas de figuras bem conhecidas, como Luís Figo, Paula Rego (cuja caricatura feita por António Santos mereceu uma menção honrosa) ou a fadista Mariza.

Não é fácil escolher os melhores e terá sido, certamente, tarefa hérculea a do júri ao escolher o melhor de entre os 1700 cartoons que se apresentaram a concurso. Por curiosidade, referia-se que foi o Brasil o recordista no número de cartoons enviados (250), sendo seguido, com 134, pelo Irão.

Ao público é lançado o desafio para a escolha do melhor cartoon. O meu voto recaiu sobre uma obra de Osmani Simanca, um dos galardoados com menção honrosa.

Está patente até ao final de Setembro. E recomenda-se, para aqueles que sejam apreciadores do humor desenhado.




[Grzegorz Szumovski, Polónia, vencedor do Grande Prémio]

10.8.07

Fuga madeirense - i

A Madeira e o Porto Santo são duas ilhas completamente diferentes. A primeira alberga em si as quatro estações do ano num só dia e toda uma diversidade vegetativa que é impossível ficar-lhe indiferente. A segunda caracteriza-se, sobretudo, pela sua praia de areia dourada e com 9km de extensão; sem esquecer, naturalmente, a temperatura da água do mar [quase sempre nos 24º].

Com o pouco tempo que estivemos na ilha da Madeira, tudo teve de ser [bem] cronometrado, mas naturalmente que se registaram os seguintes imprescindíveis:


1 - Teleférico Funchal - Monte



A viagem de teleférico do Monte - não recomendável para pessoas com vertigens - permite uma visão quase global do Funchal. Em funcionamento desde Novembro de 2000, sai da baixa do Funchal e termina no Monte [localidade que é, frequentemente, comparada a Sintra, pela sua paisagem e palacetes]. É composto por 39 cabines, com capacidade, cada uma, para 7 pessoas.

2 - Carreiros do Monte













Chegados ao Monte, e depois de uma visita à florida Igreja de Nossa Senhora do Monte, segue-se uma descida nos famosos cestos. Dois "carreiros do Monte" empurram os turistas em cestos durante cerca de 2km. Uma descida alucinante, principalmente quando há carros a subir a rua ao mesmo tempo em que os cestos descem...

3 - Jardim Botânico





Numa ilha que se caracteriza pelo verde e as flores que enfeitam as suas paisagens, aconselha-se, também, uma visita ao jardim botânico. Alberga não só uma grande variedade de plantas [das quais destaco os cactos que a foto mostra] como também o "Loiro Parque", que acolhe aves raras e exóticas.
Os jardins encontram-se nos terrenos que pertenceram a família Reid (fundadora do Reid's Palace Hotel) e a sua localização naquela encosta com vistas panorâmicas terá sido escolhida a dedo.
Para os verdadeiros apreciadores de plantas, outras visitas [que não pude avalizar] podem complementar a do jardim botânico - Jardim Tropical do Monte Palace, Quinta do Palheiro Ferreiro ou Jardim Orquídea.

Outras pérolas se relatarão, incluindo as do Porto Santo...

2.8.07

Dolce fare niente



O "Em Fuga" vai de férias durantes uns dias, com o mote dolce fare niente na bagagem... Boas férias a todos!

1.8.07

A família amarela

Os Simpsons tiveram a sua 1ª aparição televisiva em 1987, com uma imagem diferente da que actualmente apresentam.















20 anos volvidos desde a data em que Matt Groening os imaginou, chegam, finalmente [exclamam os fãs] às salas de cinema.

A série sempre viveu sob o fogo cruzado da crítica, nomeadamente devido ao facto de retratar uma família norte-americana de classe média pouco comum e com hábitos controversos.

No início da minha juventude, não perdia um único episódio e gravava-os quase todos nas [quase] extintas cassetes de VHS.

Com o pouco tempo que passo em frente à televisão, esta foi também uma das séries sacrificadas. Apesar de tudo, continuo a achar hilariantes as aventuras do Homer e do Bart, o primeiro porque atrai problemas, vícios e ócio o segundo pela sua energia e capacidade de improvisação.

O filme "Os Simpsons" apresenta um episódio em formato extenso (apenas 87 minutos?) e mantém todas as características da série. Desta vez, a problemática ambiental leva a que o Presidente (Schwarzenegger...) coloque uma cúpula sobre a cidade de Springfield.

As naturais peripécias vão-se desenrolando, com alguns trunfos da realização - o percurso de Bart Simpson, sem roupa, em cima de um skate pela cidade, a "actuação" do Grandpa em plena Igreja ou o "salvamento" por parte de Homer de um porco (colocando-o em casa, como se fosse um animal de estimação), sem esquecer alusões a alguns filmes e documentários, como sejam o Titanic [com os Green Day no papel de músicos que tocam violino antes do naufrágio] ou Uma Verdade Inconveniente.

O filme diverte, mas não inova. Apesar de tudo, deve premiar-se a longevidade da série e o ter inspirado outras do género, como South Park.

Saldo final - 3 estrelas.

30.7.07

Frase do dia - iv


"Está de ananases".


A expressão [que não conhecia] mais proferida hoje no escritório, quando se tenta sobreviver sem ar condicionado. Não está fácil...

29.7.07

Leituras - iii

Enquanto tento seleccionar as leituras de Verão, volto a esfolhear aquele livro que está [quase] sempre à cabeceira.

"Não demonstres de mais, se não queres contradizer-te. Não queiras saber de mais, se queres saber alguma coisa. O limite da razão é o silêncio".
[Pensar, Vergílio Ferreira, pág. 285]

26.7.07

A menina Croft

O pouco tempo livre nos últimos dias tem levado a uma, evidente, escassa escrita por estas bandas...

Num rápido salto à FUGA, partilho um teste que me chegou e que pretende saber que tipo de "Superheroine" sou eu. Um teste só para as meninas, portanto. Para que se divirtam.

Eu sou, sabe-se lá como, a Lara Croft. Ao menos tem pinta! ;)




You Are Lara Croft



"Everything lost is meant to be found."



23.7.07

Do fundo do baú - iii


Six o'clock already
I was just in the middle of a dream
I was kissin' Valentino
By a crystal blue Italian stream
But I can't be late
'Cause then I guess I just won't get paid
These are the days
When you wish your bed was already made

It's just another manic Monday
I wish it was Sunday
'Cause that's my funday
My I don't have to runday
It's just another manic Monday

[Manic Monday, The Bangles]

Escrita por Prince para as Bangles, no ano de 1986. Tem uns anitos, mas conseguiu arrancar-me um sorriso quando a ouvi nesta preguiçosa manhã de Segunda-feira...

18.7.07

O fénomeno Harry Potter


J. K. Rowling não imaginaria o sucesso que a sua escrita daria origem. Aliás, o primeiro livro (dos 7) viu a sua publicação rejeitada em 12 editoras.

Quase 12 anos volvidos desde a data da escrita de "Harry Potter e a Pedra Filosofal", estima-se que já tenham sido vendidas mais de 325 milhões de cópias do conjunto dos seus livros, que apresentam Harry Potter como protagonista, colocando a autora na lista das pessoas mais ricas actualmente.

Como se explica o fenómeno?

Despertada pela curiosidade, logo após a saída do primeiro livro na sua versão portuguesa, atirei-me, pois, à leitura. E repeti o procedimento para os cinco livros que se seguiram.

Não são livros enquadrados na tradicional categoria de "livros infantis", apesar de alguns críticos literários afirmarem que os livros da saga Potter mais não são do que uma miscelânea de clichés, metáforas mortas (?) e reciclagem de contos infantis.

Para mim, o fenómeno e o sucesso justificam-se pela construção de um mundo imaginário paralelo ao real - as vassouras voadoras, os feitiços, as poções mágicas... Mas não só. Isso poderia significar algum sucesso, mas não este sucesso. Os livros são descritivos, os diálogos ricos e a densidade psicológica das personagens é crescente.

A poucos dias do lançamento da versão inglesa do último livro Harry Potter - "Harry Potter and the deathly hallows" - está nas salas de cinema o filme "Harry Potter e a Ordem da Fénix".

Desta vez realizado por David Yates, teve o mérito (?) de realizar o filme mais curto para o livro, até agora, mais longo. O que implica, quanto a mim, o esquecimento de alguns segmentos da narrativa que poderiam, e deveriam, ter sido mais explorados. O 5º livro é aquele em que a dimensão psicológica da personagem central é mais desenvolvida, caracterizando-se por um conflito interior próprio da adolescência e as dúvidas quanto à sua identidade.

Não é tão genial como o "Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban" [quer na versão literária, quer na versão cinematográfica, que foi, para mim, o melhor], mas tem alguns trunfos: a personagem Dolores Umbridge, brilhantemente interpretada por Imelda Staunton, que vem trazer um desequilíbrio de poder à Escola de Hogwarts e impor os seus [divertidos] decretos ditatoriais.

Daniel Radcliffe (Harry Potter) já não é o imberbe dos quatro primeiros filmes e torna-se, neste último filme, notório algum atraso na realização dos filmes, para aproveitar os mesmos actores.

Faltam os jogos de Quidditch, mas aparecem as pericépias dos gémeos Weasley, a componente dos jogos de poder e bons efeitos no embate final.
Saliento, ainda, algumas belas imagens de Londres. Não terá sido por acaso que se pretendeu fazer esvoaçar os membros da Ordem da Fénix pelo Tamisa, passando pelo London Eye, Big Ben ou Buckingham Palace.

Saldo final
- 4 estrelas, para o filme (para os livros são 5 estrelas, sem reservas).