São poucos os livros que reli. Ontem - impulsionada por uma conversa "de trivialidades pouco comuns" - fui atirada, novamente, para um livro com que me deliciei há uns bons anos atrás.
"O Deus das Pequenas Coisas", de Arundhati Roy. A 1ª Edição do livro em Portugal é de Maio de 1998. O meu tem, escrito numa caligrafia que já não é a minha, "8/1999". Quase 8 anos [como o tempo corre como um cavalo sem freios...].
O esfolhear repetido conduziu à descoberta de passagens que ainda guardava - ainda que nebulosamente - na minha memória e que aqui partilho.
"Segundo Estha, se tivessem nascido no autocarro poderiam ter usufruído de viagens de autocarro gratuitas durante o resto da vida [...] durante anos a fio os gémeos guardavam um leve ressentimento contra os pais por estes os terem deserdado de uma vida inteira de viagens de autocarro gratuitas.
"Quem era?
Quem poderia ter sido?
O Deus da Perda.
O Deus das Pequenas Coisas.
O Deus da Pele-de-Galinha e dos Sorrisos Súbitos.
Só poderia fazer uma coisa de cada vez.
Se a tocava, não lhe podia falar. Se a amava não podia partir, se falava não podia escutar, se lutava não podia ganhar." (pág. 293)
Deixo, então, o convite à reflexão quanto às Pequenas Coisas (seja a Pele-de-Galinha ou os Sorrisos Súbitos ou, acrescentaria eu, o Olhar Devolvido ou um Telefonema Demorado), que são, muito frequentemente, olvidadas.
"O Deus das Pequenas Coisas", de Arundhati Roy. A 1ª Edição do livro em Portugal é de Maio de 1998. O meu tem, escrito numa caligrafia que já não é a minha, "8/1999". Quase 8 anos [como o tempo corre como um cavalo sem freios...].
O esfolhear repetido conduziu à descoberta de passagens que ainda guardava - ainda que nebulosamente - na minha memória e que aqui partilho.
"Segundo Estha, se tivessem nascido no autocarro poderiam ter usufruído de viagens de autocarro gratuitas durante o resto da vida [...] durante anos a fio os gémeos guardavam um leve ressentimento contra os pais por estes os terem deserdado de uma vida inteira de viagens de autocarro gratuitas.
Também acreditavam que, se fossem atropelados numa passadeira, o Governo pagaria os seus funerais. Tinham a certeza de que era para isso que as passadeiras existiam. Funerais pagos." (pág. 15).
"Quem era?
Quem poderia ter sido?
O Deus da Perda.
O Deus das Pequenas Coisas.
O Deus da Pele-de-Galinha e dos Sorrisos Súbitos.
Só poderia fazer uma coisa de cada vez.
Se a tocava, não lhe podia falar. Se a amava não podia partir, se falava não podia escutar, se lutava não podia ganhar." (pág. 293)
Deixo, então, o convite à reflexão quanto às Pequenas Coisas (seja a Pele-de-Galinha ou os Sorrisos Súbitos ou, acrescentaria eu, o Olhar Devolvido ou um Telefonema Demorado), que são, muito frequentemente, olvidadas.
3 comentários:
já tive vontade de o ler outra vez,em vários momentos.senti-me um tanto ou quanto perdida na semana em que o acabei, gostei da forma poética em que tudo se entrelaçava e das personagens controversas e, de certa, forma apaixonadas. tive vontade de pegar nele, outra vez.sim.obrigada*
Não li! Tenho de ler! Preciosa, a reflexão que nos deixas!
Junta-me à lista infame de quem ainda não leu.
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