30.4.07

Lagartos...

Lagarto difícil de dominar... Para a próxima não dá para nos fazerem o jeitinho, não? É que nós queríamos mesmo erguer uma taça este ano!

29.4.07

O spray e a arte


Mais uma vez, o Museu de Serralves volta a apostar na cor.

Saliento, desta feita, a originalidade da alemã Katharina Grosse, com a criação intitulada "Atoms outside eggs" que aproveita um jogo de cores fortes e surpreedentes com réplicas de átomos gigantes. Quer alojados no solo quer imaginados nas paredes.




Para ver, no Museu de Serralves, até ao próximo dia 1/7.

28.4.07

Rotinas


Numa análise mais atenta dos rotineiros de Sábado de manhã conclui-se que a rotina deve trazer alguma tranquilidade. Todos os Sábados são os mesmos que escolhem aquele café para tomar o pequeno almoço. Um café que, em si, não é extraordinário. A decoração é a mesma há anos.

O empregado é sempre o mesmo.

Assim como os clientes.

Tomam o mesmo pequeno almoço todos os Sábados.

Sentam-se nas mesmas mesas. Os mesmos sentados nas mesas à entrada. Os mesmos sentados nas mesas do canto.

Lêem os mesmos jornais.

Até o empregado diz as mesmas piadas: "Já que vai ser ela a pagar, não quer escolher mais nada?". Sorri da sua própria piada.

Aos mesmos clientes, quase nem pergunta qual vai ser o pequeno almoço. Apenas confirma: "O costume?" "Sim, o costume", ouve como resposta.

Está lá o casal que leva o bébé. Nem sempre chora. Mas quando chora provoca os mesmos comentários e sorrisos.

Há sempre alguém que fala ao telemóvel com a mão à frente da boca [como se estivesse a conspirar algo inenarrável].

Será que a ausência num dos Sábados ou a escolha de uma outra mesa ou de um outro pequeno almoço consistiria numa ousadia que afectaria o curso da semana?

[Divagações escritas à mesa de café...]

25.4.07

Imagens do dia - VII


[A rotunda coberta de cravos]



[Praça Cidade S. Salvador, que a população baptiza como "A Rotunda da Anémona", escultura de Janet Echelman]


23.4.07

Uma cidade em Jazz



O Festival Internacional de Jazz de Matosinhos comemorou, este ano, a sua 11ª edição e, pela sessão de encerramento (no passado Sábado, na Exponor), é caso para dizer que o público continua a aderir a este género musical, sendo a qualidade dos artistas inegável.

A primeira parte foi entregue ao Mário Franco Quinteto, com o saxofonista David Binney. Cumpriu a função de aquecer a plateia mas não arrancou grandes manifestações de apreço. Saliento, apesar de tudo, a excelente performance do guitarrista.

A segunda parte foi a cereja em cima do bolo. Benny Golson, com uns poderosos 78 anos, na companhia do seu fantástico saxofone, vai interagindo com o público, pedindo aplausos frequentes para os músicos que o acompanhavam (Benny Green Trio) e justificando a origem das canções, em especial a divertida "Along Came Betty".




Uma especial palavra é devida, inevitavelmente, para Benny Green. Um pianista exímio que conseguiria, só por si, fazer todo o espectáculo. A qualificação que lhe é dada, como pianista de jazz "hard pop" assenta-lhe como uma luva. Forte e consistente.

É impressionante a sua capacidade de tocar de lado para o piano [como a foto documenta], deixando transparecer que aquilo que faz é o mais natural possível que até lhe permite apreciar a actuação como se fosse um mero espectador, ao mesmo tempo que ausculta a reacção da assistência.

Divertido e genial.

Agora só para o ano. Na mesma cidade, claro.

19.4.07

300



Arrastada para um filme que não queria ir ver, atendendo ao género em que se inseria, posso concluir que me supreendeu.

Realizado por Zack Snyder e apresentando um - modificado - Rodrigo Santoro, na pele do autoritário Xerxes, o filme, que pretende retratar a Batalha de Termópilas vale pela fotografia e pelos efeitos visuais e não tanto pelo argumento ou pela qualidade da representação dos actores.

O tom "sépia" que serve de cenário à maior parte do enredo torna-o num filme algo surreal ou onírico e aí reside a sua originalidade. O mesmo se refira em relação a outros efeitos visuais e sonoros (a banda sonora é consistente), comprovando que as novas tecnologias emprestam uma mais-valia inegável à sétima arte.

O argumento não oferece nada de novo - a luta de poucos pela liberdade contra a opressão de um persa que pretende a subjugação do povo espartano. Ou, ainda, o orgulho de se "morrer em combate".

Apesar da "aparente" pobreza do argumento, julgo que o realizador não terá tido sequer a intenção de imprimir riqueza aos diálogos. Basta-se - o que já é muito - com um filme bem concebido, estruturado, em género de BD, com movimentos de combate visualmente ricos.

A controvérsia que o filme levantou, relacionada, sobretudo, com a censura do Irão devido à imagem que perpassa dos persas, pode suscitar um interesse acrescido para o seu visionamento.

Saldo final: 4 estrelas.

18.4.07

Do outro lado do Atlântico

Pensava eu que nada conseguia bater - em eloquência - os provérbios portugueses. Vejam lá o meu TOP 5 dos provérbios e ditados brasileiros (alguns deles podem ter sido inspirados nos ditados portugueses) que comprovam que, do outro lado do atlântico, o povo é, sem dúvida, eloquente:

1 - Sinal na perna mulher de taberna.
2 - Quem vê arder a barba do vizinho, põe a sua de molho.
3 - Quando a barriga está cheia, toda goiaba tem bicho.
4 - Deixa estar, jacaré, que a lagoa há de secar.
5 - Quem à semana bem parece, ao domingo aborrece.

15.4.07

The Diary of Jane (Breaking Benjamin)

O grupo tem a sua formação em 1998 e as raízes - óbvias - da sua sonoridade encontram-se no grunge. Ainda que em Portugal não tenham atingido os tops de vendas - não são músicas que agradem a qualquer um - conseguiram, pelo menos, o meu reconhecimento com o primeiro single (The Diary of Jane) do último álbum (Phobia).
Aqui fica o tema, que muito poderia ser a banda sonora deste espaço.

Something's getting in the way
Something's just about to break
I will try to find my place in the diary of Jane
So tell me how it should be

13.4.07

Miudezas e pequenas coisas



São poucos os livros que reli. Ontem - impulsionada por uma conversa "de trivialidades pouco comuns" - fui atirada, novamente, para um livro com que me deliciei há uns bons anos atrás.

"O Deus das Pequenas Coisas", de Arundhati Roy. A 1ª Edição do livro em Portugal é de Maio de 1998. O meu tem, escrito numa caligrafia que já não é a minha, "8/1999". Quase 8 anos [como o tempo corre como um cavalo sem freios...].

O esfolhear repetido conduziu à descoberta de passagens que ainda guardava - ainda que nebulosamente - na minha memória e que aqui partilho.

"Segundo Estha, se tivessem nascido no autocarro poderiam ter usufruído de viagens de autocarro gratuitas durante o resto da vida [...] durante anos a fio os gémeos guardavam um leve ressentimento contra os pais por estes os terem deserdado de uma vida inteira de viagens de autocarro gratuitas.
Também acreditavam que, se fossem atropelados numa passadeira, o Governo pagaria os seus funerais. Tinham a certeza de que era para isso que as passadeiras existiam. Funerais pagos." (pág. 15).

"Quem era?
Quem poderia ter sido?
O Deus da Perda.
O Deus das Pequenas Coisas.
O Deus da Pele-de-Galinha e dos Sorrisos Súbitos.
Só poderia fazer uma coisa de cada vez.
Se a tocava, não lhe podia falar. Se a amava não podia partir, se falava não podia escutar, se lutava não podia ganhar." (pág. 293)




Deixo, então, o convite à reflexão quanto às Pequenas Coisas (seja a Pele-de-Galinha ou os Sorrisos Súbitos ou, acrescentaria eu, o Olhar Devolvido ou um Telefonema Demorado), que são, muito frequentemente, olvidadas.

10.4.07

Réplica quase perfeita

O original - "Coquelicots à Argenteuil" (Claude Monet, 1873). Óleo sobre tela.
Impressionismo.



A réplica - @ Marco de Canavezes (2007). Fotografia.
Impressionante.

7.4.07

Comédia e pipocas

A comédia - enquanto género de cinema - não costuma ser premiada e é, segundo as opiniões dos críticos, um cinema menor. Como se a arte de fazer rir fosse, em si, considerada menos inteligente e menos criativa.

Não tem de ser necessariamente assim. E a comprová-lo está, por exemplo, uma das melhores comédias dos últimos tempos - a que já me referi aqui, por diversas vezes - "Uma família à beira de um ataque de nervos". Uma comédia [com algum humor negro, devo reconhecê-lo] cujo argumento nos acompanha mais do que o tempo de visionamento do filme.

A comédia de pipocas não atrai os críticos mas atrai as massas. Pelo riso momentâneo, pelos momentos de descontracção, pelo acompanhamento de pipocas.

Atendendo à oferta pouco interessante - depois de um início de ano extremamente rico - de filmes actualmente, fui atirada [com o espírito de sacrifício que caracteriza a época...] para duas comédias, de registo diferente entre si, mas que são, para mim, comédia-pipocas.


1) Mr Bean em férias

Garante-nos o próprio Rowan Atkinson que será a última vez que representa a personagem solitária de Mr Bean.

Após mais de 20 anos de série televisiva, e dois filmes, a actor despe(de)-se da personagem.

Para quem gosta da série, vai, naturalmente, divertir-se com o filme. Eu, confesso, que não me seduz o género. A personagem a quem tudo de ridículo acontece, até o mais inconcebível. Não gosto do Mr Bean assim como não gosto dos "apanhados". É talvez daqueles "não gosto e pronto". Sem explicações lógicas.

Neste filme, Mr Bean ganha uma viagem à Riviera Francesa e as peripécias sucedem-se umas atrás das outras. Chegado a Cannes, salva-se o filme e chega a surpreender. Gosto de finais assim.


2) Norbit

Eddie Murphy regressa - uma vez mais - ao género de comédia em que encarna várias personagens num só filme. Ele é Norbit, ele é Rasputia, ele é Mr. Wong.

O primeiro vive na sombra da sua mulher [de peso]. A segunda é a mulher [dominadora] do primeiro. E o terceiro é o proprietário de um restaurante que acolhera Norbit, orfão. Todos eles interpretados por Eddie Murphy e cuja caracterização é de louvar.

Mas a fórmula já não é nova. O actor já a tinha utilizado [melhor] em "The Nutty Professor", daí que aqui não haja grande criatividade.

Diverte, ao sabor das pipocas e das gargalhadas da sala.

Leva, cada um, 3 estrelas. Cumprem a função de divertirem o espectador durante a exibição. Mas pouco mais. E, para mim, um bom filme requer [muito] mais do que isso.

4.4.07

Começar o dia

A melhor maneira de começar o dia (principalmente numa semana em que quase todos estão de férias):

1. Desafiar o despertador.

2. Arranjar um lugar para estacionar meio manhoso (sabe-se lá como e se encontrarei o carro no final do dia...).

3. Tentar sair do sítio meio manhoso sem partir os tacões (nem sempre é fácil).

4. Chegar atrasada ao escritório.

5. Chegar ao elevador e verificar um papel colado na porta do mesmo:

"Equipamento em revisão. Lamentamos o incómodo."

Lamentam, é? Importam-se de repetir?


6. Subir vários (muitos!) lances de escadas.

7. Chegar estourada.

8. Pensar - já não tenho idade para me deitar tarde, dormir pouco, estacionar em sítios manhosos, subir escadas e ficar a sorrir para o resto do dia!

2.4.07

À mesa


"A boa etiqueta estraga a boa mesa".