23.4.08

Nick Cave... finalmente!

Consigo precisar exactamente o que me levou a, pela primeira vez, ouvir Nick Cave. Algures na adolescência, quando tinha um certo fascínio em relação aos Blind Zero ouvi, tocada por aquela banda, um cover de uma música que me ficou no ouvido.

A música era Weeping Song que, depois de uma pequena pesquisa (limitada aos meios que tinha na altura) identifiquei como sendo de Nick Cave e incluída no álbum "The Good Son", lançado em 1990.

A partir daí fui ouvindo, e adquirindo aos poucos, a discografia de Nick Cave, da qual saliento, sem qualquer reserva, "The Boatman's Call".

Foi ontem, no Coliseu do Porto, que o vi... finalmente. E a cumplicidade é total. Com os seus 50 anos, dança, interage, canta, conversa (tenta falar português), diverte e diverte-se. Diverte-se com pequenas coisas. Desde começar a cantar um dos hinos que mais o notabilizou - "Into my arms" (apenas um verso) e constatar que o público pedia aquela música. Interrompe e diz "I'll finish that later" [e não cantou, por teimosia...].

Do elenco - que podia ter sido mais extenso - constaram Straight to you, The Ship Song, Red Right Hand ou Deanna. Faltou a tal Weeping Song e ainda, entre muitas outras, Do you love me e a Henry Lee. Mas o enfoque foi, sobretudo, no novo álbum - "Dig, lazarus, dig!!"

À saída [ainda] tentei argumentar para quem me acompanhava que Nick Cave é mesmo teimoso e não vai em discos (músicas) pedidos...

O som estava no seu melhor e o saldo final foi de 4 estrelas (ainda não perdoei a falha da Weeping Song...).

11.4.08

O assobio


Uma das secções do "Portugal Diário" que mais me diverte é a "Acredite se quiser". Que reúne um conjunto de notícias que bem poderia resultar da imaginação dos mais criativos mas, ao que parece, são verídicas.

Das últimas notícias que aquele jornal digital publicou diz respeito àquela prática bem ancestral que consiste no assobio.

Segundo noticia o jornal, uma empresa britânica de construção civil decidiu proibir os seus trabalhadores de assobiarem às mulheres que passam junto às obras. E, para garantir que a medida é efectivamente cumprida, existem mesmo fiscalizadores do comportamento dos trabalhadores.

A medida é justificada, nas palavras do Director de Vendas, pelo facto de "no século XXI, o assobio não ter lugar". E é assim.

Portanto, algures no séc. XXI vamos mesmo ter de deixar de ouvir os assobios presentes em algumas músicas:

- Superstars, David Fonseca
- Patience, Guns n' Roses
- ou a fantástica Young Folks de Peter, Bjorn and John;

ou até o intrigante assobio de Daryl Hannah no filme Kill Bill.

Será que conseguíamos prescindir do assobio?

1.4.08

A menina má

"Travessuras da Menina Má", de Mario Vargas Losa chegou-me às mãos como presente do último Natal.

Não conhecia a escrita do autor e posso dizer que me deliciei com as travessuras que a Menina Má, ao longo de algumas décadas, vai proporcionando a Ricardo (o Menino Bom, como é apelidado pela primeira).

E fica o resumo: "Na verdade, havia nela qualquer coisa que era impossível não admirar, por aquelas razões que nos levam a apreciar as obras bem feitas, mesmo que sejam perversas". (Mario Vargas Losa, Travessuras da Menina Má, Dom Quixote, pág. 344).

Mais não revelo. De um livro 5 estrelas.