19.4.07

300



Arrastada para um filme que não queria ir ver, atendendo ao género em que se inseria, posso concluir que me supreendeu.

Realizado por Zack Snyder e apresentando um - modificado - Rodrigo Santoro, na pele do autoritário Xerxes, o filme, que pretende retratar a Batalha de Termópilas vale pela fotografia e pelos efeitos visuais e não tanto pelo argumento ou pela qualidade da representação dos actores.

O tom "sépia" que serve de cenário à maior parte do enredo torna-o num filme algo surreal ou onírico e aí reside a sua originalidade. O mesmo se refira em relação a outros efeitos visuais e sonoros (a banda sonora é consistente), comprovando que as novas tecnologias emprestam uma mais-valia inegável à sétima arte.

O argumento não oferece nada de novo - a luta de poucos pela liberdade contra a opressão de um persa que pretende a subjugação do povo espartano. Ou, ainda, o orgulho de se "morrer em combate".

Apesar da "aparente" pobreza do argumento, julgo que o realizador não terá tido sequer a intenção de imprimir riqueza aos diálogos. Basta-se - o que já é muito - com um filme bem concebido, estruturado, em género de BD, com movimentos de combate visualmente ricos.

A controvérsia que o filme levantou, relacionada, sobretudo, com a censura do Irão devido à imagem que perpassa dos persas, pode suscitar um interesse acrescido para o seu visionamento.

Saldo final: 4 estrelas.

3 comentários:

Mr. Sherlock disse...

Esclareça-se que o argumento nem podia acrescentar baseia-se em factos verídicos e históricos. E é obvio que a mais valia do filme é o lado visual, inspirado no graphic novel que deu origem ao filme. Esse livro de culto em bd é da autoria de Frank Miller, autor da saga Sin City, que também já foi transposta para o grande ecrã.
Mas ainda bem que gostaste.

Filipa disse...

Quem é que te disse para ires ver? Eu , claro! Também concordo que o argumento nao é muito bom ma visto que nao se pode alterar a historia é bom de se ver. Aqui entre nós que ninguem nos ouve: e aqueles corpos de horas e horas de ginásio? É o que se pode chamar de força de vontade!

Anónimo disse...

Quem é que é amigo, quem é, por te "arrastar" para bons filmes? O 300 é dos melhores momentos de cinema que tenho visto nos últimos anos. Não é feito para pensar, é feito para ver e usufruir de puro espectáculo. Absolutamente fantástico. Já vi 600, espero chegar aos 900.