23.4.06

Leituras

Impulsionada pelo Dia Mundial do Livro que se comemora hoje, exercitei a memória e fiz uma recolha dos livros que mais me marcaram até ao dia de hoje. Não estão elencados por ordem de preferência, já que é difícil comparar livros tão diferentes, escritos com motivações díspares e para ocasiões específicas.

Em casa, todos os quartos têm, pelo menos, uma estante com livros e há uma outra no corredor. A sala é espaço livre de livros. Percorro as lombadas dos livros e procuro chegar a alguma conclusão quanto aos que mais me marcaram. Tarefa hercúlea esta a que me dedico. Mas aqui fica uma primeira tentativa:

Os Maias (Eça de Queiroz) – sem dúvida um dos livros que mais me fascinou e que ainda prende a minha atenção. Li-o mais do que uma vez e sempre me ri das peripécias do João da Ega, sempre admirei as reflexões da época que se mantêm actuais e a capacidade genial do autor para pintar cenários. A última visita à obra foi feita, conforme escrevi num post anterior, aquando da assistência à peça de teatro que procurou adaptar o romance.

Ensaio sobre a Cegueira (José Saramago) – foi dos livros cuja leitura mais me angustiou, por me ter possibilitado uma reflexão que nunca tinha tido acerca da condição humana e da importância da visão. Também assisti à representação teatral da obra e foi igualmente intrigante. Uma referência.

Equador (Miguel Sousa Tavares) – uma agradável surpresa. Conseguiu, com mérito, fazer nascer em muitos leitores a vontade de conhecer as paisagens paradisíacas que tão bem descreveu.

Pensar e Na tua face (Vergílio Ferreira) – difícil escolher um deles. Disputa com Eça de Queiroz o pódio de meu escritor de eleição. O “Pensar” contém várias reflexões do autor sobre os mais diversos temas. Consultei inúmeras vezes, como que à procura de um apoio quanto a uma ideia ou opinião. “Na tua face” por ter passagens verdadeiramente inteligentes e que chamam a atenção para realidades eventualmente menos belas.

A causa das coisas (Miguel Esteves Cardoso) – quase me esquecia de umas palavras para este livro. Para mim, um dos melhores textos cómicos dos últimos anos. Para ler em alturas de maior stress e quando a necessidade de riso seja patológica.

O retrato de Dorian Gray (Oscar Wilde) – um dos poucos livros que li a conselho de alguém. Quase todos os que leio são escolhidos por mim (daí que não possa culpar ninguém de escolhas menos felizes…). Ainda que com alguns dizeres sejam lugares-comuns a personagem principal é admirável.

Fica a faltar a descrição de muitos igualmente de referência. Como todos os do Harry Potter (influência fraternal), O Principezinho, A Metamorfose, Os Miseráveis, O Deus das Pequenas Coisas, O Perfume, Como Água para Chocolate, Grandes Esperanças

Tenho pena que o tempo para a leitura – de livros não relacionados com a minha área de actividade – seja cada vez menos. Quase só na praia – para mim um dos melhores locais de leitura – e, naturalmente, durante as férias.
Actualmente está sob leitura “A Conspiração”, de Dan Brown, depois de, FINALMENTE, ter lido o famoso “Código Da Vinci”.

Boas leituras.

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo com a abertura: Os Maias, claro, sempre. Mas desgostou-me ver essa lacuna escandalosa que é a ausência de uma referência aos "Cem Anos de Solidão" de Gabriel García Marquez (acho que pus ênfase suficiente no meu estado de choque). E já que falamos de livros, aproveito o momento: 24 Horas na Vida de Uma Mulher, de Stefan Zweig; Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley; O Perfume, de Patrick Süskind.
Resta-me partilhar inteiramente o teu lamento de não ter tempo para ler... coisas que se situem fora da nossa área de actividade, que quase sempre nos submerge em literatura da especialidade....

Joaninha disse...

Carina, esperemos que o black-out tenha o efeito desejado. O FCP esteve em black-out imenso tempo e foi campeão nacional!

JGil, não esqueci o Cem Anos de Solidão. Li-o no início da adolescência e sei que adorei o final. Talvez esteja na altura de o reler para ver se passa à categoria de "favoritos"!