31.5.07

Ruptura


Quebrando o jejum cinematográfico - a oferta não tem sido, para dizer a verdade, muito interessante - aparece-me o filme Ruptura.

Ao contrário do que sucede quando vou ao cinema, não li as críticas ao filme antes de o ver, por isso não fui conduzida por qualquer opinião pré-conceb(d)ida.

A personagem central - Ted Crawford - é encarnada por Anthony Hopkins. Quando descobre da traição da sua mulher, decide preparar o crime perfeito.
Mais do que a descoberta da melhor forma de conseguir a condenação de Ted, Beachum (Ryan Gosling) - o procurador encarregue de promover a acusação - o filme salva-se pela densidade moral que o envolve.

A melhor acusação, sem brechas. A par do reconhecimento pessoal e profissional. O ego-centrismo vivido por um jovem à procura do melhor local de trabalho, orgulhoso da sua percentagem (97%) de sucesso.

Fica o mote, para reflexão: Tudo tem uma brecha, por onde quebrará mais tarde ou mais cedo. O mérito está em encontrá-la.

Anthony Hopkins não supreende. Já todos se habituaram à qualidade da sua interpretação e à expressividade do seu rosto. Ryan Gosling consegue igualmente uma boa personagem.

O género está gasto (as inúmeras séries televisivas para isso contribuiram) e só o final torna o filme recomendável.

Saldo final: 3,5 estrelas (na esperança que o Zodiac seja melhor)

2 comentários:

verde disse...

Anthony Hopkins é um grande actor. Parece-me é que esta a ter dificuldade de se descolar da personagem-assassino. Por acaso não tinha ouvido falar deste filme. Estou curiosa por ver o Zodiac. ;)

Anónimo disse...

O filme leva, numa escala de 0-5, um honroso 2. Francamente, não enche as medidas. Cria um ambiente de falsa densidade psicológica, o realizador quis aproveitar o lado psicótico que Hopkins sabe emprestar a uma personagem, mas na verdade nada há de psicótico num homem que mata a mulher porque soube que foi traído. E os enredos legais que rodeiam o filme estão, efectivamente, gastos.
Fraquinho.