- "Sabe, tenho alguma urgência em imprimir a tese!"
Ontem, o computador esteve em greve durante cerca de 1 hora. Agora é a impressora que teima em imprimir as folhas bem escurinhas...
O que mais pode acontecer??
Noção psicológica de fuga - fuga patológica, súbita e não premeditada, podendo tratar-se de um movimento impulsivo mas consciente, de uma reacção brutal sob a influência de um estado de angústia, ou de um fenómeno automático e inconsciente.
A realizadora só por si, depois do sucesso [merecido] alcançado com Lost in Translation, tem a capacidade de despertar a curiosidade do público e encher uma sala de cinema.
Começo pelos pontos menos positivos do filme. Em primeiro lugar, problemas técnicos. Um microfone aparece várias vezes no ecrã... Seria um adereço da época?
Por outro lado, o argumento podia ser mais rico. Ainda que possa ser a imagem de marca da realizadora [como se viu no seu filme anterior], Marie Antoinette apresenta alguns momentos menos dinâmicos sem qualquer justificação.
No entanto, julgo que o filme está muito bem conseguido. A banda sonora está divinal. Fora de época, naturalmente. Mas de acordo com o "fora de época" que é retrata a personagem central. Também esta se sente desenquadrada.
Saliento pormenores absolutamente deliciosos - momentos tendencialmente privados são vividos na presença de todos os membros da corte: a noite de núpcias, o acordar diário ou o nascimento.
O cenário é deslumbrante, bem como a indumentária da época.
Kirsten Dunst confirma que é uma actriz para todos os registos. Desde o drama à comédia. E surge, aqui, bem acompanhada por Jason Schwartzman - um Louis XVI com um divertido problema em consumar o casamento!...
Recomendo. E leva 4 estrelas.
E estes são apenas os que recordo com clareza. Muitos outros existiriam. Ainda que pudessem não ser eficazes [admito que não fossem], todos adorávamos fintar a medicina e deixarmo-nos levar por aqueles rituais.
Tendo já dedicado dois "post" à eloquência masculina, hoje rendo-me ao meu género.
O mote era um poema de Fernando Pessoa que termina com aqueles versos acima citados. Entre várias vozes femininas que, no grupo, se pronunciavam, houve uma, a de outra J., que nos venceu em eloquência.
"Pedras no caminho? Guardo todas... Um dia alguém vai levar com elas!..."
Sem comentários para tamanha eloquência.
Com uma dimensão assustadora, faziam-se bolas consideráveis e ginasticavam-se os maxilares.
Agora, foram ultrapassadas pelas pastilhas com sabores, de tamanho mais reduzido, sem açúcar, com propriedade branqueadora.
As "gorila" não tinham essas propriedades mas eram mesmo as mais cobiçadas e o objectivo era ver, na altura, quem conseguia mascar o maior número de "gorila"...
O Caprisone bebia-se a qualquer hora do dia e, de preferência, em todos os sabores. Desde o mais tradicional [o de laranja], passando pelo arrojado [cola] até ao saboroso [maça]. Adorava.
Tinha uma embalagem nada cómoda e era um trabalho apreciável conseguir o melhor ângulo para colocar a palhinha. Saboreei-o, pela última vez [e já não bebia há muito tempo], em Agosto, algures na costa da Bósnia.
Não está, definitivamente, na moda. Mas ainda não passou à história. Pelo menos para mim.
P.S. Para o próximo post, outro recuerdo...