19.2.06

Redacções, composições e perguntas de desenvolvimento


Recordo com alguma clareza as composições que eramos incentivados a escrever na escola primária (que o politicamente correcto actualmente obriga a designar de 1º ciclo do ensino básico...). Os temas eram quase sempre os mesmos - as últimas férias, a estação do ano preferida, a família. Sempre adorei esses momentos de escrita que de criativos tinham - como seria natural na idade - muito pouco.
Este passeio na memória foi impulsionado com a resposta que o meu irmão deu no último teste de Português (de 10º ano) quando lhe surgiu a seguinte pergunta:
“Menti: o homem não faz outra coisa.”
4- Expõe o teu ponto de vista sobre essa questão.
Resposta dele:
Os Homens em geral são famosos por serem mentirosos. Ou é porque chegam tarde a casa e dizem que estiveram a trabalhar, ou é porque se esqueceram do dia do seu casamento e dizem que não tiveram tempo nem disponibilidade para comprar o presente, enfim, muitas mentiras que o Homem conta em sua própria defesa. Mentiras inocentes que ajudam o Homem a viver em paz. Se o Homem não mentisse tanto era perfeito demais, isto é, passava a ser uma mulher.

Comentário da professora:
Algum humor… mas não sei se será o momento ou a justificação ideal!!!

Quando convidado a ler a resposta em voz alta no dia da entrega do teste, e depois das meninas da sala terem ficado derretidas com a ideia de a mulher ser perfeita, ele apenas acrescenta: "Não se esqueçam. O homem mente."
Provavelmente naquela resposta deve ter tido zero, mas aqui fica a nota de alguma criatividade e humor na escrita.

5 comentários:

Joaninha disse...

Está no 10º ano mesmo! Quase a fazer 16 anos... É por estas e por outras que nos nascem as rugas!!

Anónimo disse...

Pediram a minha opinião e como os homens não mentem, eu disse toda a verdade.. Pena que só eu é que não tenha achado piada quando vi a minha noata..
Beijo

Anónimo disse...

Nem de propósito, Joaninha: aquando do nosso último encontro, estava a tentar transmitir-te o que sentia acerca do fenómeno da escrita e a tentar relembrar umas palavras que proferi, em Abril de 2001, sobre isso.

Recuperei-as da gaveta da memória e aqui tas reproduzo: "Olho para a vida que fui deixando pelo caminho e vejo-me, tantas e tantas vezes, sentado à secretária, de pena na mão. Ao longo do trajecto, um pouco de tudo redigi. Escrevi cartas de amor - quando era o tempo delas -, académicas dissertações, políticas intervenções. Gosto do que escrevo como se gosta de um filho feio. Sou o primeiro a reconhecer-lhe os defeitos, as insuficiências e as imperfeições. Mas gosto, assim mesmo, daquilo que represento por meio de gráficos caracteres."

E acrescentaria eu talvez agora: por ser um prolongamento do meu pensamento.

Joaninha disse...

RFR,
"Gosto do que escrevo como se gosta de um filho feio...". Temos isso em comum - nunca fico satisfeita com o que escrevo e prefiro não reler o que escrevi para não entrar num eterno caminho de correcção.

Anónimo disse...

Grande Pedro. Mas um conselho: quando mentires, jura a pés juntos que é verdade. Uma mentira repetida muitas vezes, pode tornar-se verdade!!! eh eh eh Brincadeirinha, eu sei que és um Homem 5 estrelas (fruto da educação "severa das manas")