25.2.06

Amuletos, talismãs e o factor sorte



No início do filme Match Point (que os Óscares da Academia parecem ter esquecido), o protagonista questiona o factor sorte e diz que esta (a sorte) é, na maior parte das vezes, a grande obreira do que nos acontece no dia-a-dia.
A ideia de pensar que tudo - ou grande parte - do que nos acontece é devido à sorte e não tanto às nossas acções será conceber o ser humano com um valor inegavelmente inferior àquele que deveria ter.
Filosofias à parte, até ao momento, nunca fui grande adepta de convocações da SORTE. Nada de amuletos e talismãs ou rituais mais ou menos estranhos para que se consiga obter algo que não estará, supostamente, ao alcance da nossa acção.


Esta reflexão foi impulsionada pela seguinte situação.
Local: sala de exame, em Coimbra.
Situação: aluno que se benze antes de entrar no exame.
Ao ver esta situação, não pude conter um sorriso e de lhe perguntar: "Costuma resultar?". Responde com um sorriso e com a seguinte afirmação: "Até agora tem resultado".
Não reparei se entrou na sala com o pé de direito. Mas é provável que o tenha feito...
Acho que a minha confiança nestes pequenos rituais foi esmorecendo à medida que se verificou o avanço nos anos escolares.
Lembro-me que queria sempre entrar na sala com o pé direito. Um dos poucos rituais em época de exame era responder sempre com caneta azul. Isto porque a primeira (e única!) negativa que obtive num teste, este foi feito com caneta preta. A partir daí aboli a caneta preta em dia de exame.

Mas os amuletos e talismãs não são só utilizados pelos alunos em época de exames. O que se vê com muita frequência são fitas vermelhas colocadas no espelho retrovisor dos carros. Para proteger contra o mau olhado.

Não são só as fitas vermelhas que invadem os carros. Também temos o alho. Lembro-me do momento em que uma amiga minha descobriu um alho no carro. Quando relatou o sucedido à respectiva progenitora, esta confessa o acto e apenas diz "é contra o mau olhado..."

Temos, portanto, fitas vermelhas e alho. Mas há muito mais: mãos fechadas com o polegar entre o indicador e o anelar (como mostra a última imagem), pedras, budas, moedas, animais (por exemplo, elefantes em miniatura que - segundo diz a tradição - devem ser colocados com a parte trazeira virada para a porta!!!)... E é só para ficar a nota de alguns!

Por mim, fico-me pelas joaninhas... E sem caneta preta!!

P.S. Pode ser que as figas dêm uma ajuda ao Benfica contra o Porto. Por isso aqui ficam elas...


1 comentário:

Anónimo disse...

E não é que deu sorte?!?!

Ninguém pára o Benfica, olé, olé.