29.12.06
28.12.06
Descomplicómetro - ii
Montam a tenda e, depois de uma boa refeição e uma garrafa de vinho, deitam-se para dormir.
Algumas horas depois, Holmes acorda e interpela o seu fiel amigo:
- Meu caro Watson, olhe para cima e diga-me o que vê.
Watson responde:
- Vejo milhares e milhares de estrelas...
Holmes, então, pergunta:
- E o que isso significa?
Watson pondera por um minuto, depois enumera:
1. Astronomicamente, significa que há milhares e milhares de galáxias e, potencialmente, biliões de planetas.
2. Astrologicamente, observo que Saturno está em Leão e teremos um dia de sorte.
3. Temporalmente, deduzo que são aproximadamente 03h15min pela altura em que se encontra a Estrela Polar.
4. Teologicamente, posso ver que Deus é todo poderoso e somos pequenos e insignificantes.
5. Meteorologicamente, suspeito que teremos um lindo dia. Correcto?
Holmes fica um minuto em silêncio e brada:
- Watson, seu idiota! Significa que alguém roubou a nossa tenda!!!
A VIDA É SIMPLES. NÓS É QUE A COMPLICAMOS!
27.12.06
O inominável
Confesso que andei o ano todo que está prestes a findar a maldizer esse ser inanimado que está em todo o lado!... Sim, o inominável!
Assim, em jeito de castigo, o almoço de Natal contou com um elemento a mais.
Mas não foi uma presença que passou despercebida. Nem pensar!! Sentou-se no MEU sofá, na árvore que EU enfeitei e, a agravar, continuou com aquele SORRISO de satisfação!
Ainda, tentei, em vão, atirá-lo pela janela ou afundá-lo, mas os gritos de uma criança de 2 anos conseguem ser verdadeiramente convincentes...
24.12.06
Os votos
21.12.06
O jurista visto pelo jurista
Foi, pois, com um sorriso que li hoje no Tretas e Letras um divertido artigo que retrata esta visão.
Inevitavelmente fui recordar um texto já antigo escrito por Pedro Mexia, na Grande Reportagem de 6/3/2004, que aqui partilho com os meus leitores (juristas ou não).
"TORTO
Uma amiga de longa data pediu-me que lhe corrigisse as vírgulas na tese de doutoramento. Com certeza que sim. Atirei-me, pois, às vírgulas. Mas confesso que não estava preparado. É que a tese - não sei como dizer isto debruça-se sobre a problemática da cessão dos créditos. Confortavelmente esticado na minha caminha, de lápis na mão, dei por mim teletransportado ou, se preferirem, transplantado para a década de noventa do século passado.
Essa tarde recordou-me outras tardes, árduas e infindáveis, há 12 ou 13 anos. Era, nessa época, aluno do curso de Direito. Saquei o canudo em 1995. E, depois disso, tenho mantido o silêncio. Mas agora, passado o período de nojo, aproveito para deixar aos meus leitores dois ou três avisos sobre o dito curso.
Pois bem: trata-se da mais inconcebível, árida, macilenta e desprezível das criações humanas. Reparem que nem sequer me refiro ao Direito propriamente dito: sobre essa matéria a conivência dos juristas com tiranias sortidas e as obras completas do Kafka chegam e sobram. Quero agora evocar apenas o curso, aqules cinco penosos anos de colónia penal. Convém aliás explicar que o curso de Direito tem cinco anos não por exigências curriculares mas como forma de homenagem aos planos quinquenais soviéticos. A lógica de opressão, de dirigismo e de extermínio é a mesmíssima.
Não vou agora aqui sumariar a minha experiência estudantil, a qual, aliás, foi aprazível a princípio e se tornou depois indiferente. Mas recordo-me bem do momento de viragem. Em pleno terceiro ano, o meu descontentamento veio ao de cima violentamente, como um almoço mal digerido. Estava numa aula de Direitos Reais. Estava aborrecido. Estava com sono. Escrevinhava coisas num caderno. E em cima do estrado, o monocórdico mestre dissertava sobre a «servidão de estilicídio». Eu explico: trata-se de garantir o escoamento das águas quando um prédio vizinho não está a mais de cinco decímetros do outro.
A minha vaga insatisfação com o curso tornou-se, nesse segundo, algo de muito mais agudo, como uma úlcera que rebenta. Eu não sabia o que queria fazer da minha vida; mas não era certamente estudar o escoamento de águas e a distância entre os prédios. Que se lixasse o estilicídio. Eu queria distância era do curso. Porque essa era a nossa faina. Engolíamos, como óleo de rícino, noções assim intragáveis durante dez infindáveis semestres. Não apenas a acção de despejo, o IRS ou a recorribilidade do acto administrativo, assuntos minimamente perceptíveis, mas muitas e muitas bizarrias. A Constituição da Costa Rica. O inadimplemento culposo. A impugnação pauliana. A venda a retro. A ineptidão da petição inicial. As prescrições presuntivas. A substituição quase-pupilar. O fideicomisso. O anatocismo. A enfiteuse. Os vícios redibitórios. Os impedimentos dirimentes relativos. O contrato sinalagmático. O registo das sociedades em comandita. O benefício da excussão. E, claro, a cessão de créditos. É preciso ter um interesse desmesurado acerca das regras que regulam uma sociedade, em todos os seus nauseabundos detalhes, para estudar estas salgalhadas. E para aguentar os infindáveis casos entre o "senhor A" e o "senhor B", que vendiam um ao outro casas, se processavam, pediam licenças de uso e porte de arma, deixavam violas de gamba em usufruto, e por aí em diante. Por vezes iam mais longe: o usufruto era em Amesterdão, a arma de Poiares da Beira, o processo na Califórnia e a casa nas Comores. Quid juris?, perguntavam, sacanas, os lentes. Não sabíamos nem queríamos saber. Por esta altura, todos nós queríamos mais era que o senhor A e o senhor B se quilhassem.
Manhãs e tardes a fio assisti a isto. Noites e noites a fio estudei isto. Vou ter olheiras para sempre por causa disto. Arruinei a minha caligrafia por causa disto. Sofri horrores de nervos e bexiga por causa disto.Aguentei o prof. Soares Martinez por causa disto. Comprei e sublinhei de capa a capa catrapácios de setecentas páginas sobre a pensão de alimentos por causa disto. Por isso vos digo, ó finalistas do liceu: não se metam nisso. Parafraseando Jaques Séguéla, diria que há actividades bem mais decentes. Como pianista num bordel."
20.12.06
Mais uma...
Porque motivo é que, quando as pilhas do comando da televisão estão em baixo, dá resultado primir com mais força os botões??
Aqui vem a resposta obtida - os botões têm um revestimento normalmente constituído por dois círculos de cobre. O que faz o comando funcionar é o grafite. Quanto maior é a pressão que se imprime no botão, menor é a resistência entre o cobre e o grafite.
E aqui está! Mais uma a juntar à lista das curiosidades... E afinal não é assim tão ridículo pressionar o comando com mais força!!
P.S. É o que dá este tempo frio que obriga a passar o "after-dinner" em casa, com uma manta nas pernas...
18.12.06
Elevadores
Aprendizagem do dia:
Dizem as regras de boa etiqueta (enunciadas hoje, no elevador, enquanto chegava ao escritório), que o homem deve entrar em primeiro lugar no elevador. Só depois entra a mulher.
Justificação - entrada para um sítio mais incómodo e, portanto, o homem deve ali estar mais tempo (motivo pelo qual é o último a sair...).
E esta?
16.12.06
A continuação da saga
Desta vez, a tarefa que me foi ditatorialmente imposta de enfeitar a árvore de Natal. Em face de tal comando, decidi desafiar as autoridades e não deixei que as cores tradicionais do Natal tivessem qualquer lugar naquela árvore.
Ainda que sejam cores não muito benvindas por estas bandas, abri a porta ao "azul e branco".
A primeira bola:
Podem começar já os presentes, que eu não me importo!
13.12.06
Bendita eloquência - iv
11.12.06
A banda sonora da época
Qualquer época do ano tem a sua banda sonora. Esta não é excepção.
No entanto, saliento a pouca originalidade da escolha. E a má escolha, sobretudo. Em quase todas as lojas, em todo o local em que se venda algo que seja presentável lá está a voz [irritante] da Mariah Carey a cantar "All I want for Christmas is you". Já não a consigo ouvir...
Ontem, enquanto serpenteava um hipermercado, em busca [frustada] de luzes para o pinheiro, ouço outra banda sonora já repetida: uma rapariga com os seus 10/11 anos está agarrada ao microfone e a cantar, em karaoke, algo que me parece a também repetitiva Floribela...
Serão estes os fatídicos sons do Natal de 2006?
Para mim, as melhores canções de Natal serão sempre a Auld Lang Syne e a Jingle Bells Rocks. Mas continuo a apreciar a White Christmas e a divertir-me sempre que recordo o "O Tannenbaum", aprendido nas já longínquas aulas de Alemão.
8.12.06
6.12.06
Penduricalhos (e afins) - ii
6 - Um ambientador para os maus cheiros (com um anexo, claro está)...
7 - Dois ambientadores para cheiros absolutamente insuportáveis:
8 - O regresso do ursinho, mas desta vez acompanhado com o objecto mais comum:
9 - O pirilampo. Esse boneco existente em várias cores e com finalidades sociais. Também tem lugar garantido nos espelhos retrovisores.
10 - O clubismo elevado ao espelho. Desta vez do FCP. 11 - Extra-concurso. Não é verdadeiramente um penduricalho, porque não está pendurado no espelho retrovisor, mas não resisti a fotografar. Um pintainho e um pato (ambos de peluche) são entalados na abertura destinada ao auto-rádio.
Portugal no seu (absoluto) melhor.
Ficam a faltar: os cd's (também vulgares no espelhos retrovisores), as patas de coelho e as fitas vermelhas.
Ficha técnica:
- fotos tiradas entre as 15h30 e as 17h30 (já noite...);
- com zero graus centígrados (ao sol);
- sem luvas;
- a caminho do castelo de Bragança.
Agradecimentos:
- ao arroz de lebre;
- aos automobilistas;
- às máquinas digitais.
2.12.06
Penduricalhos (e afins) - i
A conclusão a que chegámos foi: o objecto mais colocado é o terço. Tanto sozinho como acompanhado por bonecos, galhardetes, árvores perfumadas ou outros motivos religiosos.
1 - Camisola de Portugal com um aspecto algo degradado.
2 - Um terço conjugado com um galhardete com a imagem de Nossa Senhora da Serra.
3 - Muito comum o ambientador. Este especialmente interessante. Com um sorriso de satisfação e com os dizeres "Aire Limpio".
4 - O ursinho de peluche. Invulgar, tendo em conta que não está acompanhado por um terço.
5 - Camisola do Benfica. Com um terço à mistura, claro... Para ajudar nos bons resultados.
Amanhã há mais... Mas já está aberta a votação para o melhor. E acreditem que ainda há muito por onde escolher.30.11.06
O novo Bond
Com toda a controvérsia que envolveu a substituição do anterior agente secreto (Pierce Brosnan) pelo actual (Daniel Craig), é natural que a atenção em relação ao "novo" personagem fosse considerável.
"Casino Royale" apresenta-nos um Bond ainda nos seus primórdios, quando ainda não se utilizava, recorrentemente, a expressão "Bond. James Bond" ou quando a bebida de referência ainda não era "Vodka Martini. Shaken. Not stirred".
O argumento está aqui especialmente enriquecido, sem necessidade de recorrer a "muletas" que constituem as cenas de acção com grandes efeitos especiais.
A acção central é atirada para uma mesa de jogo e vencerá quem melhor conseguir distinguir o "bluff" do jogo transparente.
Que não venham alegar que "um James Bond não pode ser loiro de olhos azuis" ou que nada substitui o sorriso de Pierce Brosnan.
O ditado é antigo - não há pessoas insubstituíveis - e Daniel Craig prova-o, mesmo com o seu olhar azul ou o sorriso arrancado a ferros.
Algumas pérolas - as paisagens italianas, a postura inflexível de M. (brilhante, uma vez mais Judi Dench) ou o jogo de bastidores entre a CIA e o MI6.
Gostei muito. E recomendo.
27.11.06
O início da saga
Começa normalmente ainda em Novembro, quando ainda temos paciência para ver as oferendas com calma. Este ano não foi excepção.
Aproveitando a ausência de chuva, mas com o frio a não dar trégua, atiramo-nos para a Rua de Santa Catarina, com um propósito - "não vamos para casa com menos de três presentes". E cumprimos.
Para isso, tivemos que entrar em cerca de 40 lojas [algumas mais do que uma vez, confesso], discutir, divergir e lá se compraram as ditas 3 prendas [em cinco horas, não é lá muito boa média...].
Fica a nota que a Rua de Santa Catarina continua a ser linda na altura do Natal, muito bem iluminada e com o fumo das castanhas a entrar pelas lojas dentro. Imperdível!
Até ao dia 24 de Dezembro, vão ser assim todos os fins-de semana. Em busca "daquele" presente perfeito que muito se procura e não se encontra. Ou daquelas "lembranças" compradas à última da hora.
Pelo meio, ainda terei de arranjar tempo para a árvore. Que este ano me cabe a mim enfeitar [é o castigo por estar sempre a dizer que "devia estar assim" ou "não está bem dessa maneira"...].
25.11.06
Palavra do dia - i
Uma bela escolha, cara homónima.
Conjugado com o (im)popular ditado: "Se não os podes convencer, confunde-os".
24.11.06
Saudades
21.11.06
Trabalhar engorda
19.11.06
Rituais - iii
Agora, em ritual de casamento dos ditos, chegou ao público as oferendas que Tom vai dar à sua nova mulher em virtude do casamento.
Influência ou não da crença na Cientologia, fiquem os leitores a saber que serão três prendas:
um pente
uma panela
e um gato.
Nem mais.
Face a isto, resta-me dizer:
Um pente não o queria nem que fosse banhado a ouro ou até em ouro maciço com diamantes!
Uma panela não é prenda que se dê. Um presente envenenado - "toma lá uma panela para me fazeres um jantar!!"
Um gato nem me pronuncio...
É para a Katie aprender a fazer listas de casamento!!!
P.S. De gatos não publico fotos. Não os suporto!
17.11.06
Do alto do meu salto - ii
Sim. É mesmo verdade. Algures pelos anos de 1500 pensou-se em criar um calçado que melhor se adequasse à arte de cavalgar. Como o cavaleiro tinha que colocar o seu calcanhar o mais para baixo possível [algo que sempre tive dificuldade em fazer "andou no ballet?", perguntava-me o professor...], haveria que criar um calçado com peso nessa parte.
E assim surgiram os saltos altos. E esta não sabiam, certo?
14.11.06
Do alto do meu salto
Não é normal conseguirem arrancar-me um sorriso quando ainda não são 9h00 da manhã. O mais certo é verem-me o ar de sono e pouco mais.
Mas hoje lá dei uma gargalhada na sequência da pergunta:
"Com esses saltos não parece que estás em cima de umas andas?"
Tinha que vir da ala masculina. Desconhecedora da arte de caminhar com saltos altos.