23.11.07

Elizabeth - A idade de ouro

A crítica não tem poupado o filme, apontando, sobretudo, o facto de não ter explorado um pouco mais a dimensão psicológica da personagem central - a rainha Isabel I.

"Elizabeth - A idade de ouro" vale pela fotografia, guarda-roupa e afins (as famosas perucas), e por alguns momentos mais inspirados do argumento e pouco como filme histórico. Reconhece-se que poderia ter havido alguma criatividade e especulação quanto à representação da vida pessoal da rainha, concretizando alguns rumores históricos de "affairs".

Cate Blanchet cumpre o seu papel (ainda que não seja nada de extraordinário) - de rainha seráfica, mas, ao mesmo tempo, à procura da conquista do povo, tentando conciliar o cumprimento dos deveres régios com a necessidade (e curiosidade) de uma vida menos fria e mais completa.

Um filme leve cujo ponto alto reside, quanto a mim - mais do que na batalha com a Armada Invencível - na traição e sanção com execução de Mary Stuart (Samantha Morton muito bem na sua representação, principalmente no pormenor do último olhar antes da execução).

Vê-se bem, mas a história não nos acompanha de regresso a casa (talvez seja um critério falível para avaliar a qualidade de um filme, mas é o que a casa gasta... ;)).

Saldo final - 3 estrelas.

5 comentários:

rtp disse...

Partilho as tuas palavras.
Como não vi o primeiro não tenho termo de comparação que, segundo sei, desvaloriza mais este.
Gostei razoavelmente. É uma grande produção sem mácula, mas sem um "je ne sais quoi! adicional.
Destacaria, também, a tensão dramática que culmina na execuação da Mary Stuart e a interpretação de Samantha Morton!
Ah... destaco também a presença de Clive Owen por razões mais prosaicas. :-))

Joaninha disse...

Se não fosse o Clive Owen, o filme ficaria apenas pelas 2 estrelas! ;P

rtp disse...

Ah, ok! ;-))

Anónimo disse...

Não posso deixar de discordar, não quanto à apreciação geral (filme leve, mas podia ser melhor explorado), mas num particular: acho que Cate Blanchet esteve sublime. Fez uma personagem oscilanete, que revela várias facetas. O ponto mais alto do filme foi o momento em que a Rainha perdeu a cabeça com o embaixador dizendo-lhe, entre outras coisas, "Eu também sei fazer soprar o vento". Uma veracidade notável. Cate Blanchet digna de um óscar.

Anónimo disse...

Já agora, isto de o ponto alto ser aquele em que a Rainha perdeu a cabeça não foi um trocadilho com a execução da Maria Stuart... mas podia muito bem ter sido. Afinal, há algum acordo quanto ao que consideramos ser o momento alto do filme ;)