Para quem se rendeu a Match Point não espere de "Scoop" o mesmo efeito.
Woody Allen realizou aqui um filme muito diferente. Igualmente bem feito e genial (isso é inegável), mas com o efeito surpresa - a que já nos habituou - mais diluído.
Mantém, no entanto, Scarlett Johansson e o cenário londrino e aplaude-se o seu próprio regresso às luzes das câmaras, depois de ter estado ausente delas em Match Point.
Scarlett é uma aspirante a jornalista (Sondra Pronsky) que se vê dividida entre a evidência das provas da autoria de um homicídio e o encanto sentido pelo alegado autor do crime.
Humor q.b., um bom argumento, belos cenários e Woody Allen inigualável nos seus tiques, nos seus modos, na sua natural capacidade de nos roubar uma gargalhada quase em cada momento em que a sua personagem fala.
Woody Allen - do qual sou absolutamente fã - não enche salas de cinema. E, julgo, deixou de ser sua intenção [se é que alguma vez o foi]. Faz filmes relativamente simples, sem grandes efeitos especiais e diverte-se ao fazê-los.
Brinca com as palavras. Com aquilo que é levado "a sério" pela generalidade das pessoas (como seja a morte e o que acontece, ou não, depois dela) e não se preocupa em evitar o rídiculo. Procura-o. E é isso, muito provavelmente, aquilo que o distingue de um mero realizador/actor.
Não tem as 5 estrelas que tem o Match Point. Mas leva 4,5!!
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