30.9.08

Mamma mia!


Já devem ter decorrido mais do que 12/13 anos desde a data em que reclamei e obtive o "Abba Gold", ainda em formato de Vinyl, com dois discos. O grupo sueco que marcou uma geração anterior viu o seu sucesso prolongar-se muito para além do terminus da banda. E eu ouvia as músicas insistentemente, levando a que, não raras vezes, o frágil vinyl ficasse riscado de forma irremediável.

Foi, pois, com grande entusiasmo que soube que as músicas mais conhecidas (ainda que não todas) iam finalmente dar um filme. O musical Mamma mia!, com origem em 1999, é, agora, dado ao grande ecrã e por caras bem conhecidas. Meryl Streep confirma que é uma das mais versáteis actrizes das últimas décadas, mostrando que não há papel que não consiga representar e fazê-lo com excelência.

Meryl Streep aparece-nos no papel de Donna Sheridan, cuja filha - Sophie - decide convidar, para o seu casamento, os três possíveis pais (Pierce Brosnan, Colin Firth e Stellan Skarsgard)... Entre as recordações do passado e as conjecturas acerca de um futuro "que poderia ter sido" diferente, surgem as músicas dos "Abba" cantadas pelos actores. As coreografias são, sem excepção, extremamente divertidas encontrando-se, algumas delas, entre o non sense e o ridículo. Mas é a receita certa para as gargalhadas do público e, também, para uma vontade de cantar e dançar com o elenco.

Do best of musical do filme fazem parte, para mim, a Mamma Mia, Chiquitita, Take a chance on me e, a melhor, Dancing Queen (com um dress code mesmo a preceito).

Para quem aprecia a banda e o género musical, o filme é imperdível (e garante-se a vontade de ir comprar o álbum logo que se sai do cinema). Para os outros, é uma bela maneira de começar a semana...

Saldo final - 5 estrelas (confesso que ainda estou a cantar as músicas:

Mamma mia, here I go again
My my, how can I resist you
Mamma mia, does it show again
My my, just how much I've missed you...)

15.9.08

Miss Madonna

75 mil pessoas para ver aquela que, goste-se ou não, é um dos maiores fenómenos da indústria da música actual e, pelo menos, das últimas duas décadas.
E ela, com 50 anos, dança como ninguém. As controversas poses e coreografias estiveram lá todas, no parque da Bela Vista. E alguns dos hits mais antigos (do final dos anos 80') também. Sendo que o destaque, sem dúvida, vai para "Like a prayer" transformado em hino próprio de uma pista de dança. Sem esquecer a vertente latina, também "La isla bonita" provocou a rendição do público. E porque não, em alguns segmentos, o piscar de olho às sonoridades de Emir Kusturica?

Quase duas horas em cima do palco (como se o tic tac que se ouvia repetidamente lembrasse que o que é bom acaba depressa...), meia dúzia de roupas trocadas, tudo - notou-se - foi pensado ao pormenor. Desde os jogos de luzes às imagens que iam sendo projectadas nos ecrãs gigantes (com conotação política evidente e não neutra, o apelo à paz, as eleições nos EUA...).

Madonna é mais do que uma cantora. Ali representou (como sempre o fez) um papel. E até deu tempo para relembrar, com recurso a "bonecas" de carne e osso, as várias fases da personagem que sempre interpretou.

No final, um ilustrativo "Game Over" em todos os ecrãs e no próprio palco confirma aquilo que suspeitava - não há encore para ninguém. Entre a confusão da saída (e da entrada, e do metro, e das filas intermináveis para as barracas das comidas...) reclama-se que faltaram alguns clássicos como o mítico "Like a virgin", "Papa don't preach" ou "Material girl".

Os fãs a 100% identificam-se facilmente. Ou com perucas cor de rosa, ou com meias de rede e botas de salto alto...

O saldo, esse (quando se procura, a custo, combater o sono e o cansaço próprios de um concerto ao Domingo à noite), é extremamente positivo. Pode regressar que nós voltaremos a assistir, a dançar e a cantar com Madonna.

10.9.08

Na crista da onda


[Praia de Ribeira d'Ilhas, Ericeira]

Uma aula de surf

Daquela praia dizem que é uma das melhores do mundo para a prática do surf, atendendo, sobretudo, ao facto de o fundo do mar não ser de areia mas sim rochoso. Se é bom para a formação das ondas ("ficam mais perfeitinhas", diz o instrutor), não o é para as mazelas. Tendo como pára-choques as canelas e as pontas dos dedos, os arranhões foram mais do que muitos.

E foi com este pano de fundo que aquartelamos no surf camp de Ribeira d'Ilhas.

As instalações são, no seu todo, bem conseguidas. Compostas por um conjunto de bungalows, todos pintados de modo diferente e com muita cor.









O ambiente é descontraído e a conversa surge naturalmente com os vizinhos, na sua maioria estrangeiros.



"Como é que são as ondas lá para o norte?" Perguntam-nos quando descobrem que somos da Invicta. Se não os consegues vencer, junta-te a eles.

Respondo "aqui são melhores". Quando a única resposta que me assaltava era "lá são mais pequenas por isso é menos assustador...".

Já lá vão cerca de 10 anos da última vez em que me atirei ao mar em cima de uma prancha de surf. Com ondas bem mais fracas e baixas. E com o espírito de aventura próprio da adolescência.

Quanto à aula propriamente dita, começa-se com aquecimento no jardim, prova de corrida (regular's contra goofy's), passos básicos. Fato vestido e sapatos calçados. E vamos ao mar. Muitos litros de água bebidos, muitas quedas, alguns segundos de pé em cima da prancha e, finalmente, uma hora depois, termina. Quando já não se sente o corpo.

Feita a advertência, por parte dos instrutores, "vão-vos doer músculos que vocês nem sabiam que existiam", a profecia cumpriu-se. Três dias sem poder tossir, espirrar ou sequer rir...

Mas a vontade de repetir ficou.

Pela revogação da Lei de Murphy - iii




As operações stop da polícia acontecem sempre quando estamos atrasados.