4.2.08

A excentricidade e loucura de Tim Burton


Não se pode dizer que Tim Burton realize dois filmes iguais, há sempre o elemento supresa, há sempre uma novidade. Apesar disso, há que salientar alguma continuidade: as imagens a preto e branco (ou escurecidas), recordando Ed Wood ou a Noiva Cadáver, a que se junta o mais recente Sweeney Todd - O Terrível barbeiro de Fleet Street.

Se, como várias vezes o referi, a qualidade de um filme se pode medir pelo tempo que ele permanece depois de ter acabado, este seria um filme 5 estrelas. No entanto, o efeito prolongado deve-se, sobretudo, às imagens brutais a que o espectador é exposto.
Num filme quase todo a preto e branco, só o vermelho do sangue é salientado, como se tudo o que é essencial se resumisse a isso.

A adaptação do musical da Broadway (cuja estreia data de 1979) traz às salas de cinema a história (que ainda se discute se é ou não baseada em factos reais) de um barbeiro injustamente condenado por um juiz de quem, 15 anos volvidos, se pretende vingar. E a vingança servir-se-á na cadeira de um barbeiro. Para o ajudar na sua tarefa, Sweeney Todd tem Mrs. Lovett, a criadora das piores empadas de Londres [não perguntem porquê, porque é melhor não saberem...]

O argumento é simples e bem escrito. Tim Burton refere que nada faz mais feliz Johnny Depp do que um pouco de maquilhagem e roupa esquisitas. E nisso o filme é meritório - a caracterização das personagens está ao melhor nível e todo o ambiente vitoriano londrino não foi esquecido (antes ampliado e enegrecido).

Pela terceira vez nomeado para o Óscar de Melhor actor, será que é desta que Johnny Depp vai receber o galardão?

Saldo final - 3 estrelas.

6 comentários:

x disse...

estou ansiosa por ir ver! :)

. disse...

já vi, gostei e não gostei.
achei demasiado longo, infelizmente. não haveria problema se não fosse um musical, mas nestas condições impõe-te que seja um pouco mais pequeno.
e achei terrivelmente trágico, o final :)
mas já fiz a minha crítica elsewhere, as usual.

P disse...

Adoraria ter possibilidade de ir ver. Contudo, o facto de ser um musical deixa-me um pouco... Pensei o mesmo antes de ter visto o 'dancer in the dark' do Lars von Trier. Foi o único filme onde achei que o fio da narrativa não era abalado pela música e, consequentemente, deixei de o classificar como musical (não consigo esconder que só o conceito me deixa logo de pé atrás). Tenho confiança no Tim Burton, vamos ver o que sai. O Depp já não precisa de provar nada. Se não vier o Oscar, virá sempre o respeito.
Abraço
P.

Anónimo disse...

Fui ver e gostei. Para além de tudo gostei de ver o Johnny Depp neste novo registo, onde até dança! Pouco, mas ..... enfim! Só acho é que tem sangue a mais, muitos espichos e repuxos do mesmo ..... desnecessário do meu ponto de vista! Basta mostrar uma vez ou duas, não? As outras já se deduzia que era isso mesmo que ía acontecer. Opções do realizador!
Tirando essa sangria, gostei muito do guarda roupa, da caracterização e da reprodução do ambiente de miséria tão característico daquela época.

Anónimo disse...

5 estrelas. Visceral, com toques de delicioso humor negro. Sangue em abundância e em exagero, tornando a maldade quase caricatural. Cenários excepcionais. E as personagens conseguem ser vivas (excepto as que vão ao barbeiro, claro...), de carácter ágil e não estereotipadas. Guarda roupa fabuloso, caracterização brilhante, interpretações fantásticas. O horror dantesco em musical. "Sweeney Todd - eu vou!".

rtp disse...

Gostei moderadamente.
E a partir de certa altura foi um fastio permanecer a ver (e a dado passo só ouvir) mais do mesmo.
Concordo com as 3 estrelas da joaninha.