Não se pode dizer que Tim Burton realize dois filmes iguais, há sempre o elemento supresa, há sempre uma novidade. Apesar disso, há que salientar alguma continuidade: as imagens a preto e branco (ou escurecidas), recordando Ed Wood ou a Noiva Cadáver, a que se junta o mais recente Sweeney Todd - O Terrível barbeiro de Fleet Street.
Se, como várias vezes o referi, a qualidade de um filme se pode medir pelo tempo que ele permanece depois de ter acabado, este seria um filme 5 estrelas. No entanto, o efeito prolongado deve-se, sobretudo, às imagens brutais a que o espectador é exposto.
Num filme quase todo a preto e branco, só o vermelho do sangue é salientado, como se tudo o que é essencial se resumisse a isso.
A adaptação do musical da Broadway (cuja estreia data de 1979) traz às salas de cinema a história (que ainda se discute se é ou não baseada em factos reais) de um barbeiro injustamente condenado por um juiz de quem, 15 anos volvidos, se pretende vingar. E a vingança servir-se-á na cadeira de um barbeiro. Para o ajudar na sua tarefa, Sweeney Todd tem Mrs. Lovett, a criadora das piores empadas de Londres [não perguntem porquê, porque é melhor não saberem...]
O argumento é simples e bem escrito. Tim Burton refere que nada faz mais feliz Johnny Depp do que um pouco de maquilhagem e roupa esquisitas. E nisso o filme é meritório - a caracterização das personagens está ao melhor nível e todo o ambiente vitoriano londrino não foi esquecido (antes ampliado e enegrecido).
Pela terceira vez nomeado para o Óscar de Melhor actor, será que é desta que Johnny Depp vai receber o galardão?
Saldo final - 3 estrelas.