2.2.09

Benjamin Button


Fui avisada de que o filme duraria quase três horas mas que nem se sentia o tempo passar. Como se de uma metáfora em relação ao próprio filme se tratasse, em jeito de relógio que vai andando para trás, manifestando um acto de catarse do relojoeiro.
"O estranho caso de Benjamin Button" não ignora a grandeza que o envolve nem o impacto que causa a quem o vê.

Baseado na "short story" história de Scott Fitzgerald com o mesmo nome, é sobretudo pelo argumento que o filme tem algumas cartas (de trunfo) a dar. Ainda que seja um argumento adaptado, é enriquecido com umas pinceladas de actualidade, nomeadamente o tempo real em que são recordados os momentos da vida da personagem principal suceder em 2005, em pleno Katrina.

Sob a pena de um dos meus realizadores favoritos - David Fincher (que já me tinha roubado muitos aplausos com Seven, não devendo este ano a estatueta dourada escapar-lhe) - temos a histórica de Benjamin, cujo nascimento ocorre no final da 1ª Guerra Mundial, e cuja vida é o contrário do esperado. Começa-se com rugas e acaba-se num bébé. E ainda que a frase "no final, todos acabamos de fraldas" seja o mote do filme, todos os contra-tempos e fases vividas em turbulência num corpo que vai rejuvenescendo são dignas de apreço e muito bem conseguidas.
A caracterização tem aqui um papel irrepreensível. Como envelhecer e rejuvenescer Brad Pitt e Cate Blanchet (e todas as outras personagens secundárias) parece ser uma operação tão simples para a produção do filme.
Brad Pitt tem uma representação consistente, mas talvez um pouco abaixo do que esperava. Reconhece-se, não obstante, que foi uma boa escolha para a personagem central.

Um filme a não perder, que recomendo.

Saldo final - 4 estrelas (sob reserva de correcção superveniente - para mais -, caso os filmes que estão para vir/ver se revelarem como de segunda linha).

2 comentários:

Carpe Diem disse...

Sou leitor do teu blog por via da tua mana e devo dizer-te que ainda verás muito melhor que este filme e digo-te já 2 que não podes perder: "Milk" e "Revolutionary Road".

Com muita pena minha, o segundo não está nomeado para quase nada mas é um portento!!

Continua a ver bons filmes e um beijo
Nuno.

Joaninha disse...

Obrigada pela tua visita e pelo teu parecer. Já vi o Milk, mas ainda não tive oportunidade para aqui deixar a minha opinião. Julgo que está bem filmado e a montagem é inteligente, mas talvez não chegue às cinco estrelas... Um bjo.