22.5.08

Joe Cocker


O cantor já conta 64 anos (acabados de completar, por sinal) e nota-se que o vigor já não é o mesmo. Apesar do peso (da idade...) conseguiu convencer todas as milhares de pessoas que se encontravam ontem no esgotado Pavilhão Municipal de Vila Nova de Gaia. O concerto insere-se numa série de iniciativas da cidade quanto à comemoração dos 40 anos do Maio de 1968.

Ainda que apenas por pouco mais do que uma hora e confundindo a língua portuguesa com a espanhola (o "gracias" teimou em aparecer), houve tempo para ver e ouvir os hits de há largos anos.
Destaco, naturalmente, "Up where we belong", "You are so beautiful", "Unchain my heart", "With a little help from my friends", "Summer in the city" e o muito aclamado e aplaudido "You can leave your hat on". O público era muito heterogéneo, mas avultavam aqueles que ali se deslocaram para ouvir um ídolo da juventude.

O som estava razoável - a proximidade do palco ajudou à envolvência - e cantou-se e dançou-se ao som de hinos que vão ficar para a história. Ainda se esperou e pediu um segundo encore, mas Joe Cocker já tinha dado muito mais do que se estava à espera (incluindo todos os saltos e coreografias que lhe são características).

Com uma carreia que se caracteriza por alguns altos e baixos, superou as expectativas e pode voltar que nós voltaremos a vê-lo e a dançar ao som das suas músicas...

2.5.08

Nós controlamos a noite


Com a assinatura de James Gray, surge este "Nós controlamos a noite" [o título original inglês - We own the night é mais rico, provando que o "lost in translation" é verídico].

O género não traz nada de novo - o retrato dos anos 80 em Nova Iorque. Uma cidade que se vê a braços com o aumento da criminalidade e com o combate ao narcotráfico.

Joaquim Phoenix, na pele de Bobby (um gerente de uma discoteca), é, claramente, um anti-herói. E mesmo assim resulta. Ainda que o realizador tenha explorado, algo abusivamente, a tradicional dicotomia bem/mal, polícia/criminoso...

Mark Wahlberg (Joe) apresenta-se como o irmão de Bobby (a ovelha negra da família), um polícia exemplar que foi recentemente empossado na liderança do combate ao tráfico de droga.

Para quem é, como eu, fã dos filmes deste género talvez tenha faltado um pouco o factor supresa. Desconstruir o enredo e adivinhar o final não foi tarefa difícil. E as comparações deste com outros filmes melhores, tornam-no mais pobre. O "Departed", de Scorsese, bate-o aos pontos.

A banda sonora está apropriada. Ali encontram-se nomes como Blondie (com a divertida Heart of Glass) ou David Bowie.

Quanto ao saldo final, atendendo a que foi um filme visto na sala vip e com cadeiras ajustáveis [um mimo], leva as 4 estrelas.

P.S. Se tivesse sido visto em sala normal e ao som de pipocas, ficaria pelas 3. Mas um filme também ganha pelas circunstâncias...