Não se pode dizer que os happy endings de que o realizador se afirma fã seja o tradicional "e viveram felizes para sempre". É só e apenas uma visão possível - e quiça distorcida (como a visão da personagem que desencadeia a expiação) - do que significa a felicidade eterna.
A obra de McEwan, já premiada, é toda ela o suporte do filme. O argumento conta uma história, aparentemente simples, de Briony que, aos 13 anos, assiste ao romance da sua irmã, Cecília (Keira Knightley) com Robbie (James McAvoy) e, em virtude de um conjunto de "mal-entendidos", toma uma decisão que vai mudar o rumo de toda a família.
A vida de Briony será, pois, vivida na expiação do mal provocado. Até à velhice, na pele de escritora [com o pormenor - pouco real - do mesmo penteado sobreviver desde os 13 anos até aos 90 anos...], quando relata, de forma pouco imparcial, os factos ocorridos no âmbito da sua família.
A música que acompanhada as personagens, [os seus passos pelo soalho], é de um ritmo que evoca as batidas de uma máquina de escrever e é de uma envolvência indescritível. Talvez por isso, seja merecidíssimo o globo de ouro conquistado pela banda sonora do filme.
Saldo final - 4 estrelas [lamenta-se que os actores principais não tenham trazido a mais valia necessária para chegar às 5 estrelas. Ao nível da representação, talvez só mesmo Saoirse Ronan (Briony) mereça destaque, tendo-lhe já valido nomeação para melhor actriz secundária].
3 comentários:
Já vi e gostei.
Julgo, no entanto, que falta qualquer (muita!) coisa a este filme.
Suponho que a quebra abrupta no registo/ritmo com a passagem para a actualidade deveria ter sido trabalhada de outra forma ...
Nas interpretações para além da que destacas, também me agradou a de James McAvoy.
A banda sonora é de facto muito expressiva.
Ainda não vi (como tantos outros... trabalho e três miúdos para deitar cedo todos os dias... dá felicidade mas não dá para ir ao cinema com regularidade...) mas receio o melodrama (deve ser só preconceito induzido pelo spot de promoção...)
Abraço
P
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